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Banco popular
A CONCORRÊNCIA no mercado brasileiro de microcrédito se acirra. O lance
mais recente foi a entrada do
banco Azteca, de origem mexicana, no Nordeste brasileiro.
A expansão desse mercado é
recente. A lei 10.735, de 2003,
instituiu as bases para as operações de microfinanças, determinando que os bancos destinem
no mínimo 2% dos depósitos à
vista ao microcrédito: empréstimos de até R$ 500 para pessoas
físicas e de até R$ 1 mil para microempresas, com taxas de juros
não superiores a 2% ao mês.
Os grandes bancos vêm buscando alternativas para expandir
o microcrédito mantendo os custos e a inadimplência sob controle. Vários têm buscado parcerias
com pequenas sociedades de crédito ao microempreendedor.
O Banco do Nordeste (BNB)
desenvolveu uma experiência
bem-sucedida de microcrédito
orientado. Lança mão do sistema
de aval solidário, pelo qual empreendedores interessados em
obter crédito formam grupos de
até dez integrantes, que se responsabilizam pelos pagamentos.
Além disso, para facilitar o monitoramento dos riscos o BNB
introduziu a figura do assessor
de microcrédito. Trata-se, em
geral, de um técnico agrícola da
região, que conhece a comunidade e visita cada pequeno produtor antes da assinatura do contrato de crédito, reduzindo o risco de inadimplência.
Os bancos, em conjunto com
associações comunitárias e cooperativas, passaram a realizar
também esforços de esclarecimento voltados a prevenir a inadimplência. As instituições oficiais têm dado contribuição nesse sentido, ao reduzir a complacência em relação a devedores
com pagamentos em atraso.
Essas transformações têm logrado manter o fôlego das operações creditícias destinadas a fortalecer cadeias produtivas locais.
As vantagens dessa política
emancipadora sobre as doações
assistencialistas são patentes.
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