São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

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Banco popular

A CONCORRÊNCIA no mercado brasileiro de microcrédito se acirra. O lance mais recente foi a entrada do banco Azteca, de origem mexicana, no Nordeste brasileiro.
A expansão desse mercado é recente. A lei 10.735, de 2003, instituiu as bases para as operações de microfinanças, determinando que os bancos destinem no mínimo 2% dos depósitos à vista ao microcrédito: empréstimos de até R$ 500 para pessoas físicas e de até R$ 1 mil para microempresas, com taxas de juros não superiores a 2% ao mês.
Os grandes bancos vêm buscando alternativas para expandir o microcrédito mantendo os custos e a inadimplência sob controle. Vários têm buscado parcerias com pequenas sociedades de crédito ao microempreendedor.
O Banco do Nordeste (BNB) desenvolveu uma experiência bem-sucedida de microcrédito orientado. Lança mão do sistema de aval solidário, pelo qual empreendedores interessados em obter crédito formam grupos de até dez integrantes, que se responsabilizam pelos pagamentos.
Além disso, para facilitar o monitoramento dos riscos o BNB introduziu a figura do assessor de microcrédito. Trata-se, em geral, de um técnico agrícola da região, que conhece a comunidade e visita cada pequeno produtor antes da assinatura do contrato de crédito, reduzindo o risco de inadimplência.
Os bancos, em conjunto com associações comunitárias e cooperativas, passaram a realizar também esforços de esclarecimento voltados a prevenir a inadimplência. As instituições oficiais têm dado contribuição nesse sentido, ao reduzir a complacência em relação a devedores com pagamentos em atraso.
Essas transformações têm logrado manter o fôlego das operações creditícias destinadas a fortalecer cadeias produtivas locais. As vantagens dessa política emancipadora sobre as doações assistencialistas são patentes.


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