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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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JUROS EUROPEUS

O Banco Central Europeu reúne-se hoje para decidir se altera a taxa de juros básica, que, desde março, vem sendo mantida em 2,5% ao ano. A deliberação estará cercada de atenção dentro e fora da Europa.
Premidos pelo elevado desemprego, governos europeus querem a redução dos juros. A medida ajudaria a reanimar a economia, seja diretamente, ao estimular a demanda interna, seja indiretamente, ao contribuir para interromper a tendência de fortalecimento do euro em relação ao dólar. A alta do euro barateia as importações e encarece as exportações, prejudicando o crescimento a curto prazo. Uma das causas do fortalecimento da moeda européia em relação ao dólar é o fato de os juros europeus estarem mais altos do que os americanos. Se houver redução da taxa, dilui-se o estímulo à migração de capitais dos EUA para Europa.
Também entre os americanos a decisão do BCE desperta interesse. As autoridades dos EUA vêm considerando útil a queda do dólar, pois, ao encarecer as importações, estimula a economia doméstica e contrabalança pressões deflacionistas. Há consciência, no entanto, de que um enfraquecimento mais abrupto da moeda poderia gerar problemas. A redução da taxa de juros na Europa contribuiria para amenizar esse risco.
A reunião do G8 em Evian trouxe sinais de que, pragmaticamente, caminha-se para uma ação coordenada dos países ricos, deixando de lado as feridas diplomáticas abertas pelos atritos em torno do Iraque.
O presidente do BCE já declarou seu otimismo quanto ao comportamento da inflação na região, alimentando as expectativas de que hoje será anunciado um corte de juros. Uma decisão diferente reforçaria as apreensões atuais sobre o cenário econômico internacional. A persistência de um quadro de insuficiente coordenação de políticas macroeconômicas entre as principais potências agravaria os riscos de turbulência financeira e dificultaria uma reativação da economia global.


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