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JUROS EUROPEUS
O Banco Central Europeu reúne-se hoje para decidir se altera a taxa de juros básica, que, desde
março, vem sendo mantida em 2,5%
ao ano. A deliberação estará cercada
de atenção dentro e fora da Europa.
Premidos pelo elevado desemprego, governos europeus querem a redução dos juros. A medida ajudaria a
reanimar a economia, seja diretamente, ao estimular a demanda interna, seja indiretamente, ao contribuir para interromper a tendência de
fortalecimento do euro em relação
ao dólar. A alta do euro barateia as
importações e encarece as exportações, prejudicando o crescimento a
curto prazo. Uma das causas do fortalecimento da moeda européia em
relação ao dólar é o fato de os juros
europeus estarem mais altos do que
os americanos. Se houver redução da
taxa, dilui-se o estímulo à migração
de capitais dos EUA para Europa.
Também entre os americanos a decisão do BCE desperta interesse. As
autoridades dos EUA vêm considerando útil a queda do dólar, pois, ao
encarecer as importações, estimula a
economia doméstica e contrabalança pressões deflacionistas. Há consciência, no entanto, de que um enfraquecimento mais abrupto da moeda
poderia gerar problemas. A redução
da taxa de juros na Europa contribuiria para amenizar esse risco.
A reunião do G8 em Evian trouxe
sinais de que, pragmaticamente, caminha-se para uma ação coordenada
dos países ricos, deixando de lado as
feridas diplomáticas abertas pelos
atritos em torno do Iraque.
O presidente do BCE já declarou
seu otimismo quanto ao comportamento da inflação na região, alimentando as expectativas de que hoje será anunciado um corte de juros. Uma
decisão diferente reforçaria as
apreensões atuais sobre o cenário
econômico internacional. A persistência de um quadro de insuficiente
coordenação de políticas macroeconômicas entre as principais potências agravaria os riscos de turbulência financeira e dificultaria uma reativação da economia global.
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