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Curto e comedido
ACUMULAM-SE indícios de
que a atividade econômica
está em acomodação. Reforçaram-nos os números relativos a abril, divulgados anteontem, da pesquisa mensal do IBGE sobre produção industrial.
O resultado foi beneficiado por
saltos na produção dos segmentos farmacêutico e de refino de
petróleo, cujo desempenho vinha sendo prejudicado por paradas técnicas em importantes
plantas. Ainda assim, de março
para abril a produção do setor fabril como um todo subiu apenas
0,2%. A indústria ainda não retornou ao nível recorde alcançado em outubro de 2007.
A nota positiva é que ao longo
desse período a fabricação de
bens de capital não deixou de
crescer com vigor. No mês de
abril os bens de capital foram a
única categoria de uso cuja produção se expandiu na comparação com março. Como as importações de máquinas e equipamentos também crescem em ritmo muito forte, não cabe dúvida
de que o investimento segue em
nítida elevação, ampliando a capacidade produtiva nacional.
Prenuncia-se uma diluição do
risco de virem a se generalizar situações de descompasso entre a
oferta e a demanda, incômodas
para o controle da inflação. Essa
perspectiva, que parece ter boa
chance de se consolidar nos próximos meses, deverá ter impacto
positivo sobre as expectativas de
inflação, sobretudo para 2009.
É um fator que aumenta a probabilidade de que o ciclo de aumento nos juros básicos- cujo
segundo capítulo desenrolou-se
ontem, com a elevação da Selic
para 12,25% ao ano - possa revelar-se mais curto e mais comedido do que hoje esperam os operadores do mercado financeiro.
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