São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Tarifas
"Realmente eu preciso me reciclar -ou voltar para a escola. Como é possível que a energia elétrica suba 14,24% e o combustível outros 9% e os "técnicos" de plantão venham dizer que esses aumentos (que eles chamam de reajustes) terão pouco impacto sobre os índices de inflação? O Brasil deve ter descoberto alguma outra fonte de energia, pois, pelo que eu saiba, tudo o que a indústria produz utiliza energia elétrica ou derivada de petróleo. Basta dar uma passada nos supermercados e observar o "pequeno" impacto sobre os preços dos produtos."
Floro Sant'Ana de Andrade Neto (Maceió, AL)

Corrida eleitoral
"Brilhante o artigo "O golpe de Estado permanente" ("Tendências/Debates", pág. A3, 3/7), do jurista Fábio Konder Comparato. Está mais do que na cara que o governo federal tenta, de todas as maneiras, minar os seus adversários na corrida eleitoral, servindo-se para isso de expedientes ilegais, imorais e antiéticos. Também está claro que a grande imprensa, com raras exceções, entra na barca do governo sem fazer os questionamentos necessários. Como conclamou o jurista: "Vamos resistir ao golpe permanente"."
Cléber Fabbri (Porto Ferreira (SP)

"Em artigo publicado em 3/7, o sr. Fábio Comparato fala de "golpe de Estado permanente". Exagero de quem não percebe ou não admite as mudanças enquanto elas não favorecem o seu partido político? Comove a solidariedade à ex-governadora maranhense e ao esposo sócio. Não me lembro de manifestações do autor ou de outros juristas petistas quando o PT perseguiu um vereador paulistano que, coerente e dignamente, dissentiu da patranha armada pela administração municipal. Ou quando se emaranha nas denúncias do tal propinoduto de Santo André. Calam-se eles, assim como se calam os economistas e os intelectuais petistas. A ira santa é seletiva."
Rainer M. Beugo (São Paulo, SP)

Saber à venda
"Muito oportuna a reportagem "Internet expõe e expande comércio de teses" (Cotidiano, pág. C12, 1º7). Sou doutoranda em sociologia pela Universidade Federal da Paraíba e fiquei profundamente indignada com o fato de existir tanta impunidade em relação a fraudadores como os mostrados na reportagem. Fico indignada por saber que muitos desses escroques que compram suas teses e dissertações podem acabar se dando bem, enquanto nós, que "ralamos" construindo nossas pesquisas (e, diga-se de passagem, crescemos muito com isso), ficamos com cara de tacho. Não há realmente como punir esses espertinhos? É certo que, cedo ou tarde, um embuste desses acaba aparecendo. Mas e enquanto isso não acontece? De que adianta o MEC e a Capes serem tão rigorosos nos processos de aprovação e de reconhecimento de cursos de graduação e de pós-graduação se ainda é possível existir, a olhos vistos, essa bandidagem toda? Li a Folha no final da tarde da segunda-feira e, à noite, ainda consegui acessar os sites citados. Não tiveram nem o bom senso de tirar as páginas do ar."
Carla Mary S. Oliveira (João Pessoa, PB)

São Paulo
"Gostaria de informar que o engenheiro Ricardo Pereira da Silva, citado em recentes reportagens da Folha, é funcionário de carreira da Prefeitura de São Paulo, tendo ingressado no serviço público municipal há 12 anos por meio de concurso público. A empresa Rodvias, da qual Silva é sócio, não tem nem nunca teve nenhum tipo de contrato com a Prefeitura de São Paulo. Aproveito para informar que sou membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, mas não integro a Executiva Nacional do Partido, conforme o jornal tem afirmado."
Rui Falcão, secretário do governo municipal de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos", abaixo.

Povo insatisfeito
"Achei estranho o leitor Luciano Garcia Resende ("Eleições", 4/7) ter rido da indicação do dono da Uniban para vice-governador na chapa de Maluf. Sinceramente, não entendi o porquê. O povo nunca está satisfeito com nada. Criticam o Lula porque não tem curso superior. O Genoino por ser nordestino. O Alckmin por ter sido vice de Covas. Agora, nem quem tem diploma e capacidade administrativa na educação é aceito. O que será que está acontecendo com a nossa gente? Fazem previsões antecipadas (como a mãe Diná) por puro preconceito. Afinal, o que quer o povo paulista? Sombra e água fresca?"
Cibele Santini Bonichelli (São Carlos, SP)

Direito
"O artigo "O ensino jurídico brasileiro" ("Tendências/Debates", pág. A3, 4/7), de Carlos Miguel Aidar, presidente da OAB-SP, merece ser lido e relido por todos aqueles que cuidam da boa reputação dos cursos de direito no Brasil. Porém é preciso lembrar que a péssima formação dos alunos nas escolas de ensino médio de nosso país é também responsável pelo seu mau desempenho ao ingressar na universidade. A faculdade de direito exige muita leitura, e é árdua a tarefa de ler e de atribuir significado aos textos da área jurídica. Se cuidarmos melhor da formação do aluno no ensino médio, proporcionando-lhe aprendizado que lhe confira habilidade para a pesquisa, a compreensão e a redação de textos, certamente teremos melhores alunos no ensino superior."
Cleusa C. Reis (São Paulo, SP)

"Como estudante de direito (4º ano), contesto as opiniões de Carlos Miguel Aidar publicadas no texto "O ensino jurídico brasileiro". A OAB já exerce o devido filtro ao aprovar para exercer a profissão de advogado apenas aqueles realmente capazes. Além disso, péssimos profissionais existem em todas as áreas, e não apenas no direito. A preocupação do articulista, ao que parece, tem fundo muito mais protecionista do que prático, pois, acredita ele, a grande leva de formandos pode acarretar uma redução nos honorários -ledo engano! Os bons advogados, aqueles que possuem formação sólida e bom conhecimento jurídico, não precisam se preocupar, pois a atuação dos rábulas de plantão apenas fortalecerá o profissional gabaritado."
Emerson N. Kulek (Curitiba, PR)

Ribeirão Preto
"Na reportagem "TJ autoriza abertura de inquérito para investigar prefeito petista" (Brasil, pág. A6, 3/7), sobre licitação aberta pela Prefeitura de Ribeirão Preto para a compra de cestas básicas, foram omitidos alguns fatos relevantes. O texto omite que a referida licitação foi revogada pela prefeitura no dia 11 de abril deste ano e que, portanto, nenhuma compra foi realizada a partir do referido procedimento. Mesmo assim, tendo em vista a polêmica que o caso gerou, o prefeito Antônio Palocci instaurou uma Comissão de Sindicância para verificar e esclarecer todos os procedimentos adotados no referido processo e as eventuais irregularidades que possam ter ocorrido. A prefeitura agiu com total transparência no caso e prestará ao Ministério Público todas as informações necessárias -como já vem fazendo desde o primeiro momento."
Hélio Pellissari, coordenador de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, SP)



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