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MERCOSUL EM RISCO
O Mercosul perdeu relevância. Como realidade política
subsiste. Economicamente, míngua.
O Mercosul assumiu aos olhos da
diplomacia do Cone Sul, em especial
a brasileira, o sentido de unir os fracos para tentar encarar com menos
riscos a globalização. O bloco seria
um sistema de reforço político mútuo capaz de proporcionar melhores
oportunidades econômicas.
O desmanche recente ensina que
não há projeto regional sustentável
sem projetos nacionais consistentes.
Mais ainda, revelou-se inviável a hipótese mais ousada que seria compensar a fraqueza de cada país com a
construção de um bloco regional.
Governos do Mercosul aprofundaram a dependência, sobretudo a financeira, principalmente no Brasil e
na Argentina.
Tentou-se agir em duas frentes simultaneamente. De um lado, pesava
o consenso de Washington-caracterizado por liberalização comercial,
privatizações e desregulamentação-, seguido à risca pelos países
do Cone Sul. De outro, esboçavam-se políticas de integração regional
que supostamente os colocariam em
melhor posição diante dos EUA.
Em vez de aprofundar a integração,
os países do Mercosul adotaram um
aberturismo irresponsável que, a cada crise, tornou o projeto do bloco
regional menos viável.
Aos olhos da comunidade internacional, talvez pese mais a imagem
usada em recente edição eletrônica
da revista "The Economist", em que
os países do Mercosul são comparados a dominós que desabam uns sobre os outros.
Mesmo assim, ainda há quem acredite que a saída é insistir no modelo
para criar oportunidades de negócios que ajudem a sair da crise.
Essa opção parece hoje mais complicada, pois os sócios do Mercosul
necessitam do FMI e do beneplácito
de Washington, cuja contrapartida
tende a ser a aceleração da Alca.
O sonho que ocupou diplomatas
renascerá apenas, a julgar pela grave
crise regional e global, num futuro
incerto e distante para o qual ainda
não há sequer um roteiro.
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