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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Fome Zero
"Em relação à reportagem "Fome Zero paga R$ 17 milhões em salários" (Brasil, 3/8),o Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (Mesa) esclarece o seguinte: 1. todas as informações relativas ao convênio do Mesa com a Unesco foram repassadas pelo ministério ao deputado Sebastião Madeira (PSDB-MA). É uma prática do governo federal agir sempre de forma transparente, de modo a esclarecer a opinião pública sobre todas as ações e gastos dos órgãos federais; 2. mais uma vez, não fomos ouvidos pela Folha. O "outro lado" da notícia não deveria ser a Unesco, e sim o governo federal, conforme atesta o próprio jornal no título da reportagem; 3. o Fome Zero não paga R$ 17 milhões em salários, não contratou 45 consultores com salários entre R$ 4.000 e R$ 10.000 e não gasta R$ 1 milhão com passagens e diárias, como afirmou a reportagem. Isso é uma previsão de gastos para um ano -feita com base em valores estimativos-, que podem ser realizados ou não nesse período. O que não for gasto retornará aos cofres do governo; 4. cabe esclarecer que a remuneração de cada consultor será feita por produto realizado e obedecerá à tabela de valores do governo federal. O recurso estimado pode ser recebido por mais de uma pessoa. Isso quer dizer que não serão pagos R$ 10 mil por mês a nenhum consultor individualmente. Os preços de passagens e de diárias não estão tabelados. Os valores são estimativos, e o que vai ser efetivamente gasto varia de acordo com os locais de destino; 5. o objetivo do convênio com uma entidade de reconhecida atuação nacional e internacional, como é a Unesco, é ser uma ferramenta de trabalho para a implantação do Fome Zero em todo o Brasil. Por meio dessa parceria, os beneficiários serão capacitados para implantar, acompanhar e ter controle social sobre o projeto. Não se pode confundir remuneração de trabalho, que todo projeto de abrangência nacional como esse necessita, com artigos de luxo; 6. a comparação de que gastos com o convênio representam mais de 40% dos valores transferidos às famílias pobres do semi-árido até o momento é indevida. O correto seria informar que o valor total do convênio representa 1,5% do orçamento dos programas do Mesa em 2003, que é de cerca de R$ 1,8 bilhão; 7. em qualquer forma de atuação, a marca do governo federal e do Mesa tem sido a economia, a racionalização e a redução dos gastos, e não o contrário, como a reportagem veiculada tenta fazer crer. Por isso, de forma inédita, o ministro José Graziano da Silva solicitou pessoalmente ao Tribunal de Contas da União (TCU) que acompanhasse desde o início a implantação do projeto Fome Zero. Os convênios e parcerias do Mesa têm sido repassados sistematicamente ao TCU; 8. lamentamos que o ministro não tenha sido procurado pela Folha para esclarecer as informações. Isso leva a crer que o jornal não esteja a serviço da verdade. Gostaria de lembrar que falamos com o ombudsman -e tentamos contato em outras inúmeras oportunidades-, mas nunca fomos contemplados com a publicação das informações verdadeiras em sua coluna, mesmo tendo enviado ao jornal cópias de documentos oficiais."
Dorian Vaz, assessora de imprensa do Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Raymundo Costa e Marta Salomon - Os salários pagos a consultores, assim como os gastos com diárias e passagens, aparecem em detalhes no documento de 73 páginas do acordo de cooperação técnica assinado pelo ministro José Graziano com a Unesco. O dinheiro sai do Orçamento da União. A reportagem compara o valor pago à Unesco até o momento com a transferência de dinheiro feita igualmente até o momento à população do semi-árido. A justificativa do ministério para o convênio (falta de pessoal) também é reproduzida no texto publicado no domingo.

 

"Com referência à reportagem "Fome Zero paga R$17 milhões em salários", gostaria de fazer um esclarecimento. A chamada de Primeira Página do jornal e o conteúdo da reportagem induzem o leitor a um raciocínio errado. Na verdade, os R$ 26 milhões a que se refere a chamada são o custo de um programa de governo que está sendo implementado e executado em parceria com a Unesco. Não significa que a Unesco esteja "recebendo" esse valor por "consultoria" dada ao governo, como aparenta. Nesse caso, a organização não é consultora, e sim parceira na implementação de projeto por meio de um acordo de cooperação técnica com o programa Fome Zero, totalmente dentro das regras brasileiras para esse tipo de atuação. Procurada pela repórter Marta Salomon, a Unesco explicou suficientemente o acordo para evitar qualquer confusão ou desinformação como a que aconteceu."
Ana Lúcia Guimarães, assessora de comunicação da Unesco no Brasil (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Raymundo Costa e Marta Salomon - A reportagem e a chamada de Primeira Página destacam que se trata de uma parceria do governo federal com a Unesco, em que esta é encarregada de contratar os consultores e formatar o projeto de cooperação técnica com o Ministério da Segurança Alimentar.

Paulinho Nogueira
"Foi com muita tristeza que recebi a notícia da morte do violonista Paulinho Nogueira. Há pouco tempo, estive com ele e conversamos sobre seu novo CD, dedicado a composições musicais de Chico Buarque. "O rapaz não é só bom poeta mas um grande músico", disse-me. Nogueira tinha a suavidade de Armandinho e a riqueza harmônica de Garoto. À beleza das melodias brasileiras acrescentava as complexas harmonias da música erudita e do jazz."
Antonio Rago , violonista (São Paulo, SP)

Armas
"Novamente o senhor Paulo Sérgio Pinheiro vocifera o seu ódio contra as armas de fogo. Discordo dele radicalmente. Existe, sim, outra solução para a "epidemia de homicídios" no Brasil: mais e melhores escolas municipais e estaduais, um serviço de saúde pública de qualidade, o amparo imediato de uma Justiça ao alcance de todos e moradia e lazer sadio para as periferias dos grandes centros."
Paulo Boccato, atirador esportivo (Bauru, SP)

Saúde
"A propósito da reportagem "Cartões de saúde caem na mira do governo" (Dinheiro, 4/8), gostaria de esclarecer que a empresa citada é a Brasil Saúde Intermediação de Negócios, a qual não guarda nenhuma relação com a Brasilsaúde Companhia de Seguros S.A., empresa que é resultado da associação entre o Banco do Brasil e a Sul América. O Banco do Brasil, por meio de medidas judiciais cabíveis, já notificou extrajudicialmente aquela empresa pelo uso indevido da marca Brasilsaúde, de sua propriedade, bem como pelos prejuízos de imagem causados."
Jaime Kalsing, presidente da Brasilsaúde Companhia de Seguros (Rio de Janeiro, RJ)


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