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Inchaço em Brasília
EMBORA seja legítimo que os
Estados tenham representações em Brasília para defender seus interesses, reportagem publicada pela Folha anteontem aponta excessos evidentes. Parte das "embaixadas"
estaduais está superdimensionada e se tornou cabide de emprego para políticos desempregados, parentes e amigos de governadores e até pessoas envolvidas em escândalos.
Cabem à representação estadual atribuições como acompanhar questões de interesse do
governador no Congresso, assessorar autoridades do Estado em
viagem a Brasília e representá-las em solenidades. Essa função
de articulação política gera cobiça na esfera estadual, dados os
bons salários, os benefícios e o
fácil acesso ao poder federal.
Alguns dos exageros são gritantes. Tomem-se como exemplos as representações da Paraíba, que contrata 45 servidores
-26 deles sem concurso-, e do
Tocantins, a maior, com 65 funcionários e orçamento anual de
R$ 2,5 milhões. Já Santa Catarina e Goiás têm amplas casas no
Lago Sul, o bairro que abriga as
embaixadas de verdade.
Os representantes argumentam prestar um serviço indispensável às suas regiões de origem, mas vale lembrar que cada
unidade federativa já possui no
Congresso três senadores e de
oito a 70 deputados.
Sob esse prisma, o gordo aparato das representações parece
ainda mais dispensável. Os Estados dariam uma demonstração
de responsabilidade com os recursos públicos e de transparência com seus eleitores se reavaliassem essas despesas na capital
e determinassem a obrigatoriedade de que os funcionários ali
alocados sejam contratados por
concurso público.
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