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Inchaço acadêmico
O GOVERNO Lula anunciou
um aumento de 28% no
volume de vagas oferecidas nos vestibulares das universidades federais, o que vai elevar
a 227.668 o total de postos para
ingressantes em 2009. A nova cifra representará mais que o dobro das vagas iniciais oferecidas
por essas instituições em 2003
(113.983).
Os números, que motivaram
mais um discurso triunfante do
presidente Lula, merecem reflexão. O principal problema é que
esse crescimento acelerado apenas amplia uma estrutura cara e
ineficiente. Vem acompanhado,
ademais, de queda na produtividade, aumento na evasão e
abrandamento nos critérios de
qualificação. A hipertrofia burocrática também implicará despesas crescentes e duradouras nos
próximos anos.
Ao mesmo tempo em que
anunciou mais 44.299 vagas para
ingressantes, por exemplo, o ministro Fernando Haddad, da
Educação, divulgou a contratação de 10.992 professores e 8.239
técnicos administrativos. Pesa a
favor das intenções oficiais o
anúncio de que será dada preferência aos cursos noturnos.
Ainda precisam ser averiguados na prática, contudo, os resultados do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, anunciado em
2007. As suas metas incluíam a
elevação da taxa de conclusão
média dos cursos para 90% e a
obtenção de um índice de 18 alunos para cada professor na graduação. De 2003 a 2006, esse índice, um dos critérios para medir
a produtividade e o grau de desperdício de recursos públicos,
caiu de 11,9 para 10,8.
Para justificar tamanha expansão das faculdades federais, seria
necessário que essas instituições
fossem submetidas a uma drástica reforma, a fim de dotá-las de
padrões rigorosos de gestão administrativa e acadêmica. Mas o
governo Lula, ligado às demandas corporativistas e empreguistas, se esquivou desse projeto.
Preferiu injetar mais dinheiro
numa estrutura anacrônica.
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