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ESTAGNAÇÃO
De acordo com o IBGE, persiste o processo de desaceleração da economia brasileira, iniciado
no segundo trimestre de 2001. No
primeiro semestre deste ano, o PIB
cresceu apenas 0,14%, em relação
aos mesmo período do ano anterior.
Com exceção dos gastos do governo,
que subiram 1,07%, os outros componentes da demanda agregada
-consumo e investimento privado- apresentaram retração.
Os gastos privados sofreram devido a queda na renda e restrições do
crédito. A formação bruta de capital
fixo (FBCF), que representa investimentos em máquinas, equipamentos e construção civil, caiu 7,3%.
Os dados sobre a FBCF vão demonstrando que o país não aproveitou a onda mundial de expansão das
empresas transnacionais durante os
anos 90. A participação do investimento estrangeiro direto na FBCF
chegou a representar 28% dos investimentos brasileiros em 1999 e 2000,
e caiu para 21,% em 2001. Os cálculos
são de Mariano Laplane e Fernando
Sarti, pesquisadores da Unicamp.
Não se deve fazer uma associação
direta entre o investimento estrangeiro e a FBCF: nem todo investimento estrangeiro se torna expansão
da capacidade produtiva; ocorreram
muitos processos de fusões e aquisições (troca patrimonial). Ademais,
as empresas estrangeiras instaladas
no país podem realizar investimentos não registrados pelo balanço de
pagamentos -por exemplo aqueles
financiados pelo BNDES.
Todavia, essa relação fornece uma
estimativa da importância relativa do
capital estrangeiro no financiamento
do investimento doméstico. Percebe-se que a participação do investimento estrangeiro aumentou, mas a expansão da estrutura produtiva permaneceu na faixa de 19% do PIB durante os últimos anos, abaixo da taxa
predominante até os anos 70. Torna-se, portanto, importante estimular o
aumento dos investimentos, inclusive daqueles direcionados ao comércio exterior, a fim de consolidar os
saldos da balança comercial e reduzir a dependência dos fluxos de capitais externos.
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