São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

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Editoriais

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Inédita maioria

O resultado das eleições para o Poder Legislativo garante a Dilma Rousseff (PT), caso eleita, uma inédita maioria parlamentar para levar adiante sua agenda.
Os partidos que compõem hoje a base governista conseguiram, juntos, a maioria qualificada de mais de três quintos dos assentos na Câmara dos Deputados, necessária para a aprovação de emendas constitucionais. A situação se repete no Senado, onde um eventual governo Dilma terá o apoio de 58 dos 81 senadores.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou bastante tempo e energia à eleição para o Senado, Casa legislativa responsável pelos mais duros reveses sofridos por seu governo, como o fim da CPMF. Terá contribuído para barrar a reeleição de tradicionais adversários no Parlamento, tais como os senadores Tasso Jereissatti (PSDB-CE), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Marco Maciel (DEM-PE).
Se no eixo Norte-Nordeste Lula foi o grande vencedor, os Estados do Sudeste não foram tão generosos com o presidente: em São Paulo, o tucano Aloysio Nunes Ferreira tornou-se o senador mais votado do Brasil e tirou uma das duas vagas da coalizão dilmista, que as pesquisas davam como certa; em Minas Gerais, com a derrota de Fernando Pimentel (PT), todos os três senadores pertencem a partidos opositores.
Na Câmara, o PT deve ter a maior bancada individual, com 88 deputados, seguido de perto pelo PMDB, do candidato a vice-presidente na chapa de Dilma, Michel Temer. É do PMDB também a maior bancada do Senado, com 20 parlamentares.
Na hipótese de uma vitória do tucano José Serra, o quadro será diverso. A força gravitacional do Executivo, imensa no presidencialismo brasileiro, arrancará a maioria do PMDB e a legião de pequenos partidos fisiológicos da órbita petista. Resta saber até que ponto o tucano estaria disposto a atender a inevitável demanda por ministérios e cargos.


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