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Inédita maioria
O resultado das eleições para o
Poder Legislativo garante a Dilma
Rousseff (PT), caso eleita, uma
inédita maioria parlamentar para
levar adiante sua agenda.
Os partidos que compõem hoje
a base governista conseguiram,
juntos, a maioria qualificada de
mais de três quintos dos assentos
na Câmara dos Deputados, necessária para a aprovação de emendas constitucionais. A situação se
repete no Senado, onde um eventual governo Dilma terá o apoio de
58 dos 81 senadores.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva dedicou bastante tempo e
energia à eleição para o Senado,
Casa legislativa responsável pelos
mais duros reveses sofridos por
seu governo, como o fim da CPMF.
Terá contribuído para barrar a reeleição de tradicionais adversários
no Parlamento, tais como os senadores Tasso Jereissatti (PSDB-CE),
Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Marco Maciel (DEM-PE).
Se no eixo Norte-Nordeste Lula
foi o grande vencedor, os Estados
do Sudeste não foram tão generosos com o presidente: em São Paulo, o tucano Aloysio Nunes Ferreira tornou-se o senador mais votado do Brasil e tirou uma das duas
vagas da coalizão dilmista, que as
pesquisas davam como certa; em
Minas Gerais, com a derrota de
Fernando Pimentel (PT), todos os
três senadores pertencem a partidos opositores.
Na Câmara, o PT deve ter a
maior bancada individual, com 88
deputados, seguido de perto pelo
PMDB, do candidato a vice-presidente na chapa de Dilma, Michel
Temer. É do PMDB também a
maior bancada do Senado, com 20
parlamentares.
Na hipótese de uma vitória do
tucano José Serra, o quadro será
diverso. A força gravitacional do
Executivo, imensa no presidencialismo brasileiro, arrancará a
maioria do PMDB e a legião de pequenos partidos fisiológicos da órbita petista. Resta saber até que
ponto o tucano estaria disposto a
atender a inevitável demanda por
ministérios e cargos.
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