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ELIANE CANTANHÊDE
Voto ou sombra e água fresca?
BRASÍLIA - O PT e a campanha de
Dilma demoraram a acordar para o
risco da apresentação de dois documentos sobre o resultado no Nordeste, por exemplo, onde a candidata governista tem expressiva
maioria. Só na última hora eles entraram na Justiça contra a lei. E não
foi por falta de aviso.
Agora, o PSDB e a campanha de
Serra devem ficar alertas para um
outro risco: o de um aumento substancial da abstenção no segundo
turno em todo o país, principalmente do eleitorado de maior renda
e de maior escolaridade.
Motivo: a eleição final vai cair
justamente no meio do feriadão de
Finados. A votação é no dia 31 de
outubro, domingo, e o feriado, em 2
de novembro, terça.
Com o sol agradável de primavera, o cansaço depois de um ano de
labuta, uma praia logo ali... Vai ser
difícil segurar a turma para votar.
Se o PSDB não se cuidar, vai sofrer
mais do que o PT. E também não terá sido por falta de aviso.
O índice de abstenção seguiu a
regra e foi bastante alto no primeiro
turno: 18,12%. Ou seja, 24,6 milhões de eleitores não votaram, seja
porque não entenderam a história
dos documentos, seja porque mudaram a sessão de votação sem avisar, seja por falta de informação ou
puramente de vontade.
Uma grande ausência pode fazer
diferença para um lado ou para outro, dependendo de onde se concentrarem os faltosos. No primeiro
turno, os menores Estados e o DF tiveram baixa abstenção, ao contrário de Estados médios do Nordeste
-como o Maranhão, com quase
24%, ou um quarto de ausentes.
Nos maiores colégios, o índice de
faltas ficou pouco abaixo da média.
Em São Paulo e no Rio, 16,4% e
17,4%. Em Minas Gerais, 18%. Nos
três, a eleição para governador acabou no primeiro turno, com as vitórias de Alckmin, Cabral e Anastasia. Esse pode ser um fator de desestímulo para o eleitor ir votar "só"
em Dilma ou em Serra. E logo no
meio de um baita feriadão...
elianec@uol.com.br
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