São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2001

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A DESPEITO DA TEC

O colunista da Folha Luís Nassif destacou na semana passada que os países do Mercosul iniciaram há alguns meses estudos visando promover a integração das infra-estruturas da região.
Essa integração se daria em três frentes: energia, telecomunicações e transportes, o que envolve, além de investimentos, uma harmonização das regras de regulação. Além disso, pretende-se desburocratizar os procedimentos alfandegários.
Esse não é projeto simples. Não há ainda estimativas precisas do montante de investimento que exigirá.
Mas é importante ressaltar que esse parece ser um caminho promissor para promover a integração das economias do Mercosul. Eliminar descontinuidades e gargalos na infra-estrutura seria um grande passo para reduzir custos e aproximar as estruturas produtivas de cada país.
Até agora, o Mercosul foi um bloco comercial. Começou como uma zona de livre comércio (acordo em que são zeradas as tarifas de importação entre seus membros) e depois passou a uma união aduaneira (que, além de ser uma área de livre comércio, também unifica a taxação para produtos vindos de fora do bloco).
Com raras exceções, como a do setor automobilístico, não houve uma preocupação significativa de integrar as estruturas produtivas da região.
Por isso, é bem-vindo esse projeto de integração das infra-estruturas no Mercosul. Esse tipo de iniciativa pode trazer bons frutos independentemente dos problemas de coordenação macroeconômica que o bloco atualmente enfrenta.
Esse é também um exemplo de que há um projeto de integração regional viável que passa ao largo da TEC (Tarifa Externa Comum), que tanta dor de cabeça tem proporcionado nas relações entre Brasil e Argentina.


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