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ALERTAS DO BIRD
Boa parte dos analistas da economia brasileira saúda os indicadores mais recentes como sinais
de que ocorreu um "descolamento"
entre a situação no país e a crise econômica na Argentina. Uma visão
bem mais pessimista foi divulgada
recentemente pelo Banco Mundial.
Analisando da queda nos investimentos estrangeiros à asfixia fiscal e
monetária -passando pelo horizonte bastante incerto das eleições
presidenciais e pelo contágio da crise
argentina-, o capítulo do relatório
"Global Economic Prospects" dedicado à América Latina coloca o Brasil
entre os países de maior risco.
A economia brasileira está em situação menos catastrófica que a da
Argentina. Mas, se houve "descolamento" entre as duas, o processo data pelo menos de janeiro deste ano,
quando os "spreads" no mercado secundário de fato se distanciaram.
Desde então, a deterioração da confiança nos papéis da Argentina se
tornou bem mais acentuada do que
se verifica no caso brasileiro.
Mesmo assim, o Brasil está incluído no grupo dos países sob "estresse
financeiro", expressão que, na pior
hipótese, significa risco de reestruturação de compromissos externos.
Se o Brasil chegará algum dia a encarar dificuldades tão extremas, ainda é cedo para saber. Mas seria ingênuo descartar totalmente essa hipótese quando se trata de um país que já
passou por situação semelhante e
depois que as instituições financeiras globais já aprenderam que esse tipo de crise não é tão improvável. Vale
lembrar que a percepção de risco do
Brasil piorou mesmo depois de um
pacote do FMI de US$ 15,6 bilhões.
Entre os alertas mais importantes
do Banco Mundial está o diagnóstico
de que as dificuldades do Brasil, em
boa parte, resultam da altíssima dependência de financiamento externo, o que foi fruto de uma deliberada
política econômica de abertura.
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