São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Oposição responsável
"Qualquer oposição deverá ser séria para que possamos construir um novo modelo, sem juros elevados, com crescimento razoável, melhores oportunidades no mercado de trabalho e, sobretudo, com distribuição de renda."
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)

 

"Mal se proclamou o resultado das urnas, e o PSDB já começou a jogar "cascas de banana" para o novo governo. Já quer, por exemplo, que o futuro governo assuma por inteiro o orçamento de 2003, que foi totalmente gerado pelo PSDB. Que oposição responsável é essa? Se o PSDB nunca foi responsável com o país enquanto esteve na situação, será que vai ser responsável na oposição?"
Ary Braga Pacheco Filho (Brasília, DF)


Vidraça petista
"Enquanto era oposição, o PT granjeou um prestígio enorme, acusando a tudo e a todos. Alardeou aos quatros quadrantes que o Brasil estava à beira da falência, submisso ao FMI e aos banqueiros internacionais; que era necessária uma ruptura com tudo o que está aí; que o salário mínimo deveria ser algo em torno de US$100; que a Petrobras deveria adquirir equipamentos e serviços exclusivamente no Brasil. Agora que tem acesso ao Tesouro, o que vai fazer o PT? Vai colocar no Orçamento recursos para pagar um salário mínimo de R$ 250,00? Vai adquirir aviões da Embraer? Já se diz que vai recorrer ao FMI. Melhor seria ficar na oposição, onde as soluções são sempre mais fáceis."
Mario Ladosky (Bragança Paulista, SP)


Messiânico
"Gostaria de discordar das opiniões de intelectuais no texto "Intelectuais vêem petista como "antimessias" (Brasil, pág. A13, 3/11). O assédio da população ao presidente Lula é inédito porque os demais eleitos não permitiam esse assédio, e não por falta da vontade popular. Político se deixa assediar, com ressalvas, apenas antes das eleições. Não existe nada de mudança cultural e política."
Luis Saviolli (Mococa, SP)


Pedágios
"No papel de cidadão, tenho a seguinte recomendação a fazer aos usuários de rodovias privatizadas da região São Paulo-Campinas: confiram atentamente o troco e solicitem o recibo de pedágio. O troco é muitas vezes entregue com as notas dobradas. Devido à pressa dos motoristas, é possível que haja enganos no valor. Quanto ao recibo, é curioso que ele não seja dado automaticamente. O cobrador costuma perguntar ao motorista se quer recibo, mas em certas ocasiões nem se dá ao trabalho dessa pergunta. É triste que o motorista tenha de cobrar por esse documento."
Alfredo Luiz Paes de Oliveira Suppia (Sumaré, SP)

 

"No dia 1/11, saí de casa com destino ao Guarujá [SP]. Passei pelo pedágio pagando os absurdos R$ 6,60 e não fui sequer alertado pelo funcionário de que mais à frente o trânsito estava muito difícil. Logo após o pedágio, o trânsito estava parado. Mais à frente, um letreiro luminoso alertava: "Litoral - trânsito lento à frente", sem dar nenhuma explicação sobre o motivo (acidente, neblina etc).
Fiquei por mais de uma hora nesse "para-e-anda", observando motoristas trafegando pelo acostamento sem ninguém da Policia Rodoviária para reprimi-los.
Resolvi voltar para São Paulo, pois, pela falta de informações, desconhecia o que ainda me esperava. Gostaria de saber se a Ecovias vai me devolver os R$ 6,60 pagos, pois não consegui transitar pela rodovia até o meu destino."
Carlos Kolb (São Paulo, SP)


Cotas na educação
"A maioria dos negros não entram nas universidades não porque são negros, e sim porque são pobres e não têm condições para um estudo mais forte. É nisso que o governo deve se concentrar: em oferecer a todos os pobres (de qualquer cor de pele) as condições de estudo para que ingressem em um curso universitário. O racismo é muito pequeno no Brasil e tende a desaparecer, por favor não o instiguem. Abaixo a pobreza."
Mário Nogueira Neto (Ponta Grossa, PR)

 

A política de cotas para o ingresso de negros(as) nas universidades públicas não sinaliza a incapacidade de as pessoas pertencentes a esse grupo ingressarem nessas instituições. Ao contrário, evidencia que o racismo e a discriminação racial contra o grupo negro, em pleno século 21, são fortes componentes da nossa sociedade. Pensar que a qualidade do ensino superior estaria comprometida com o ingresso de negros e egressos de escolas públicas, mostra um pensamento ideologicamente comprometido, que desconsidera a responsabilidade das universidades em formar o futuro profissional. Marca o desejo de perpetuar os privilégios seculares que beneficiam os indivíduos não-negros.
Nessa luta não há neutralidade! Se desejamos alterar o quadro de desigualdades entre negros e brancos, é hora de diminuirmos a distância entre o que falamos e o que fazemos."
Eliane Cavalleiro (São Paulo, SP)


Lula na Globo
"Quero parabenizar Danuza Leão por sua coluna de 3/11 ("A primeira pisada na bola", Cotidiano, pág. C2) sobre a participação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no "Jornal Nacional", da Rede Globo. Quem não teve a oportunidade de ler, perdeu uma grande chance de ver algo que talvez poucos jornalistas tivessem a coragem de escrever, mas a Danuza o fez, e muito bem por sinal. Tenho certeza de que a assessoria de imprensa do PT, ao ler o artigo, deverá tomar as devidas providências."
Juvenal Machado (São Paulo, SP)


Progressão continuada
"Cumprimentamos este jornal pelo editorial "Continuar a progressão" (Opinião, pág.A2, 2/11) e pela lucidez com que abordou a questão nuclear da chamada progressão continuada, algo muito distinto da promoção automática, como foi chamada nas campanhas eleitorais. Já foi provado em pesquisas educacionais que repetência gera baixa na auto-estima da criança, causando mais repetência. Fazer com que a criança progrida continuamente na sua aprendizagem é a principal tarefa do professor, da equipe escolar e dos pais. Como fazer isso? Sem dúvida, investindo na melhoria da formação inicial e continuada do professor, dando-lhe condições dignas de trabalho e implantando um sistema eficaz de acompanhamento e avaliação do seu trabalho."
Luiz Roberto Dante, professor doutor, ex-vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (Rio Claro, SP)


Agricultura e ambiente
"Tenho observado que, não obstante a existência de lei que determina que um parte da cana-de-açúcar deva ser cortada verde, isso não tem acontecido. Toda ela é queimada, com prejuízos incalculáveis ao ambiente. Fico imaginando que, se alguma atividade com consequências dessa natureza fosse desenvolvida por gente de pequeno poder financeiro, os responsáveis já teriam sido processados e presos. Entretanto, como a cultura canavieira se encontra na mão de grandes grupos financeiros, não há como vislumbrar um fim para tal agressão ambiental."
Luiz Herculano da Silva (Mirandópolis, SP)


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