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PAINEL DO LEITOR
Oposição responsável
"Qualquer oposição deverá ser séria
para que possamos construir um novo
modelo, sem juros elevados, com crescimento razoável, melhores oportunidades no mercado de trabalho e, sobretudo, com distribuição de renda."
Carlos Henrique Abrão
(São Paulo, SP)
"Mal se proclamou o resultado das urnas, e o PSDB já começou a jogar "cascas
de banana" para o novo governo. Já quer,
por exemplo, que o futuro governo assuma por inteiro o orçamento de 2003, que
foi totalmente gerado pelo PSDB. Que
oposição responsável é essa? Se o PSDB
nunca foi responsável com o país enquanto esteve na situação, será que vai
ser responsável na oposição?"
Ary Braga Pacheco Filho (Brasília, DF)
Vidraça petista
"Enquanto era oposição, o PT granjeou
um prestígio enorme, acusando a tudo e
a todos. Alardeou aos quatros quadrantes que o Brasil estava à beira da falência,
submisso ao FMI e aos banqueiros internacionais; que era necessária uma ruptura com tudo o que está aí; que o salário
mínimo deveria ser algo em torno de
US$100; que a Petrobras deveria adquirir
equipamentos e serviços exclusivamente
no Brasil. Agora que tem acesso ao Tesouro, o que vai fazer o PT? Vai colocar
no Orçamento recursos para pagar um
salário mínimo de R$ 250,00? Vai adquirir aviões da Embraer? Já se diz que vai
recorrer ao FMI. Melhor seria ficar na
oposição, onde as soluções são sempre
mais fáceis."
Mario Ladosky (Bragança Paulista, SP)
Messiânico
"Gostaria de discordar das opiniões de
intelectuais no texto "Intelectuais vêem
petista como "antimessias" (Brasil, pág.
A13, 3/11). O assédio da população ao
presidente Lula é inédito porque os demais eleitos não permitiam esse assédio,
e não por falta da vontade popular. Político se deixa assediar, com ressalvas,
apenas antes das eleições. Não existe nada de mudança cultural e política."
Luis Saviolli (Mococa, SP)
Pedágios
"No papel de cidadão, tenho a seguinte
recomendação a fazer aos usuários de
rodovias privatizadas da região São Paulo-Campinas: confiram atentamente o
troco e solicitem o recibo de pedágio. O
troco é muitas vezes entregue com as notas dobradas. Devido à pressa dos motoristas, é possível que haja enganos no valor. Quanto ao recibo, é curioso que ele
não seja dado automaticamente. O cobrador costuma perguntar ao motorista
se quer recibo, mas em certas ocasiões
nem se dá ao trabalho dessa pergunta. É
triste que o motorista tenha de cobrar
por esse documento."
Alfredo Luiz Paes de Oliveira Suppia
(Sumaré, SP)
"No dia 1/11, saí de casa com destino ao
Guarujá [SP]. Passei pelo pedágio pagando os absurdos R$ 6,60 e não fui sequer alertado pelo funcionário de que
mais à frente o trânsito estava muito difícil. Logo após o pedágio, o trânsito estava parado. Mais à frente, um letreiro luminoso alertava: "Litoral - trânsito lento
à frente", sem dar nenhuma explicação
sobre o motivo (acidente, neblina etc).
Fiquei por mais de uma hora nesse "para-e-anda", observando motoristas trafegando pelo acostamento sem ninguém
da Policia Rodoviária para reprimi-los.
Resolvi voltar para São Paulo, pois, pela falta de informações, desconhecia o
que ainda me esperava. Gostaria de saber se a Ecovias vai me devolver os R$
6,60 pagos, pois não consegui transitar
pela rodovia até o meu destino."
Carlos Kolb (São Paulo, SP)
Cotas na educação
"A maioria dos negros não entram nas
universidades não porque são negros, e
sim porque são pobres e não têm condições para um estudo mais forte. É nisso
que o governo deve se concentrar: em
oferecer a todos os pobres (de qualquer
cor de pele) as condições de estudo para
que ingressem em um curso universitário. O racismo é muito pequeno no Brasil
e tende a desaparecer, por favor não o
instiguem. Abaixo a pobreza."
Mário Nogueira Neto (Ponta Grossa, PR)
A política de cotas para o ingresso de
negros(as) nas universidades públicas
não sinaliza a incapacidade de as pessoas
pertencentes a esse grupo ingressarem
nessas instituições. Ao contrário, evidencia que o racismo e a discriminação
racial contra o grupo negro, em pleno
século 21, são fortes componentes da
nossa sociedade. Pensar que a qualidade
do ensino superior estaria comprometida com o ingresso de negros e egressos
de escolas públicas, mostra um pensamento ideologicamente comprometido,
que desconsidera a responsabilidade das
universidades em formar o futuro profissional. Marca o desejo de perpetuar os
privilégios seculares que beneficiam os
indivíduos não-negros.
Nessa luta não há neutralidade! Se desejamos alterar o quadro de desigualdades entre negros e brancos, é hora de diminuirmos a distância entre o que falamos e o que fazemos."
Eliane Cavalleiro (São Paulo, SP)
Lula na Globo
"Quero parabenizar Danuza Leão por
sua coluna de 3/11 ("A primeira pisada na
bola", Cotidiano, pág. C2) sobre a participação do presidente eleito Luiz Inácio
Lula da Silva no "Jornal Nacional", da Rede Globo. Quem não teve a oportunidade de ler, perdeu uma grande chance de
ver algo que talvez poucos jornalistas tivessem a coragem de escrever, mas a Danuza o fez, e muito bem por sinal. Tenho
certeza de que a assessoria de imprensa
do PT, ao ler o artigo, deverá tomar as
devidas providências."
Juvenal Machado (São Paulo, SP)
Progressão continuada
"Cumprimentamos este jornal pelo
editorial "Continuar a progressão" (Opinião, pág.A2, 2/11) e pela lucidez com
que abordou a questão nuclear da chamada progressão continuada, algo muito distinto da promoção automática, como foi chamada nas campanhas eleitorais. Já foi provado em pesquisas educacionais que repetência gera baixa na auto-estima da criança, causando mais repetência. Fazer com que a criança progrida continuamente na sua aprendizagem é a principal tarefa do professor, da
equipe escolar e dos pais. Como fazer isso? Sem dúvida, investindo na melhoria
da formação inicial e continuada do professor, dando-lhe condições dignas de
trabalho e implantando um sistema eficaz de acompanhamento e avaliação do
seu trabalho."
Luiz Roberto Dante, professor doutor, ex-vice-presidente do Conselho Estadual de
Educação (Rio Claro, SP)
Agricultura e ambiente
"Tenho observado que, não obstante a
existência de lei que determina que um
parte da cana-de-açúcar deva ser cortada
verde, isso não tem acontecido. Toda ela
é queimada, com prejuízos incalculáveis
ao ambiente. Fico imaginando que, se alguma atividade com consequências dessa natureza fosse desenvolvida por gente
de pequeno poder financeiro, os responsáveis já teriam sido processados e presos. Entretanto, como a cultura canavieira se encontra na mão de grandes grupos
financeiros, não há como vislumbrar um
fim para tal agressão ambiental."
Luiz Herculano da Silva (Mirandópolis, SP)
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