São Paulo, sábado, 5 de dezembro de 1998

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PAINEL DO LEITOR

Regina Duarte
"A atriz Regina Duarte esclarece, indignada, que a nota publicada na coluna "Joyce Pascowitch' (pág. 4-2, Ilustrada) no último sábado (28/11), sob o título "Luneta', parte de premissa falsa, que a compromete moralmente. Sua atuação em campanhas políticas ao longo de mais de 20 anos de processo democrático reflete convicções ideológicas isentas de interesses econômicos. É inverídico afirmar que tal participação lhe tenha rendido qualquer benefício financeiro."
Regina Blóis Duarte e José Paulo Moutinho Filho (São Paulo, SP)

Pensões
"A insanidade do governo, tentando reduzir em 30% o valor das pensões do INSS, acentua toda a sua covardia e insensibilidade ao investir contra o mais fraco e desprotegido, o pobre coitado aposentado do INSS.
Esse governo, de tamanha arrogância e com grande vocação para Pinóquio, deveria reduzir as despesas do gabinete da Presidência, fixar o teto salarial público em R$ 10.500, investigar os "acidentes' das privatizações e acabar com a história dos QI (quem indicou) e dos FQ (filho de quem).
Esperamos que o Congresso Nacional, com sua sábia intuição, derrube os monstrengos e proteja esta pobre nação."
José Siqueira (São Paulo, SP)

Derrota
"Local: Congresso Nacional. Data: 2/12/98. Discussão: votação da medida provisória que trata da contribuição do servidor e do inativo para a Previdência. Personagens: senadores e deputados federais. O que se viu: muitos dos personagens desfilando seus celulares, posando para a TV Senado, algumas dezenas nos seus gabinetes na hora da votação, a grande maioria em rodinhas -evidentemente jogando conversa fora- e por aí vai.
Conclusão: a oposição ao governo venceu, causando um rombo de R$ 2,5 bilhões, segundo os governantes, na dita economia que seria feita com a aprovação dessa medida -como se esse valor fosse algo significante, visto que muito (muito mesmo) mais do que isso pagamos de juros para o tal do FMI.
O que nos consola (mas não muito) é que em 99 teremos uma nova safra de deputados e senadores, que, pela falta de experiência, levarão um bom tempo para aprender as malandragens."
Curt Nees (Joinville, SC)

Idade Média
"Só agora o presidente do BC constata que o político brasileiro tem "visão medieval'? Faz tempo. Basta atentar para o fosso construído ao redor do Congresso, típico dos senhores feudais. Só falta a ponte levadiça!"
José Carlos Godoy (Campinas, SP)

Produtos brasileiros
"Quero responder ao professor Isaias Raw, no seu artigo (pág. 1-3, Opinião) de 3/12. Estou disposto a valorizar o bom produto brasileiro, faço isso sempre que posso. Acontece que sou mais um consumidor anônimo -mais para anônimo que consumidor, nos dias de hoje.
Até para uma questão dessas precisaremos formar uma ONG? Quando Collor, lançando a maldição sobre nós, chamou os carros nacionais de carroças, estava dando o grito de guerra para os rastaqueras tupiniquins. Ninguém reagiu. O empresariado fez um silêncio servil, vestindo a carapuça."
Sérgio Gersósimo (São Paulo, SP)

Água contaminada
"Muito me espanta que a Folha não esteja cobrindo o absurdo que está para acontecer até o fim do ano. A Sabesp está prestes a terminar um canal que ligará diretamente a represa Billings à de Guarapiranga, que fornece água potável a São Paulo. Não é necessário ser especialista para saber que a água da Billings não é adequada ao consumo humano, reflexo dos 60 anos recebendo esgotos industriais.
No ano que vem, estaremos tomando banho, escovando dentes, lavando roupa com (e bebendo) uma água que contém, entre outros, chumbo, arsênico e alumínio, além de micropoluentes orgânicos em altíssimas concentrações. A estação de tratamento que estava prevista não está sendo construída. Caso não sejam tomadas as devidas providências, as águas de Guarapiranga serão irremediavelmente contaminadas."
Marina MacRae (São Paulo, SP)

Liberdade de expressão
"Honestamente, a censura das liberdades de expressão sempre é danosa à cultura e ao futuro de um país.
Sem dúvida, "as soluções estão na consciência da cidadania', mas quando a "massa' -ou o povo- não está preparada intelectualmente a afirmação inicial é nula de fato. Infelizmente a realidade é factual, o povo não consegue discernir (e não é sua culpa, mas do sistema) o que é realmente importante para o seu próprio destino.
Não é um ato isolado que vai melhorar a nossa TV, mas um conjunto de pequenas coisas evitadas ou "censuradas'. É uma pena que aqueles que dispõem de espaços para articular melhorias nada façam. Democracia se faz com respeito, com dignidade ao cidadão, não menos que isso."
Mauro Rainerio Goedert (Florianópolis, SC)

"Vida perigosa"
"Verdadeira aula de lucidez percorre todo o brilhante artigo da professora Maria Sylvia Carvalho Franco, no "Tendências/Debates' (pág. 1-3, Opinião) de 3/12. Desmonta com maestria sofismas habilmente engendrados por Bresser Pereira no texto publicado no mesmo espaço em 21/11, quando quis, no ímpeto de confortar o colega grampeado, defender o indefensável.
A professora Maria Sylvia, a partir do título "O mundo às avessas', semeia jequitibás no lugar de eucaliptos, parafraseando o professor Rubem Alves. Em tempo: a frase "Viver é muito perigoso', posta na boca do personagem Riobaldo por Guimarães Rosa e pinçada para servir de mote a Bresser Pereira, traduz melhor é o fio de navalha em que vive a grande maioria do povo brasileiro."
Gabriel Emídio Silva (Ourinhos, SP)

"Maníaco"
"As tirinhas do Adão Iturrusgarai sempre são muito interessantes, com exceção talvez do gato e do rato a la Tarantino. Mas não poderia deixar de dizer que o "maníaco do terraço' é de extremo mau gosto. Mulheres foram violentadas e morreram sozinhas agonizando no meio de um parque. E isso não é piada. Admiro seu talento, Adão, mas um pouquinho de sensibilidade não faz mal a ninguém."
Mara Scoton (São Caetano do Sul, SP)



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