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ONDA DE EUFORIA
O risco-país e a cotação do
dólar despencam, a Bolsa atinge valorização inédita, o otimismo
toma conta dos investidores financeiros. Visto isoladamente, esse quadro poderia sugerir que os mercados
estão aprovando o Brasil e a política
econômica do governo Luiz Inácio
Lula da Silva.
Observada, porém, a situação global, a conclusão é que o país, que
vem pagando elevado preço para debelar a crise de confiança instaurada
no início da nova administração, está
sendo beneficiado por uma conjuntura externa marcada por alta liquidez, queda da aversão ao risco, baixas taxas de juros nas principais economias e sinais de retomada do crescimento dos EUA. Não se trata, portanto, de um fenômeno relacionado
apenas ao Brasil. De um modo geral,
as Bolsas internacionais sobem e os
países emergentes são atingidos por
ventos favoráveis.
As condições de financiamento do
comércio exterior sofreram sensível
melhoria em 2003, devendo assim
permanecer nos próximos meses.
Segundo levantamento do jornal
"Valor Econômico", empresas brasileiras de grande porte que no início
de 2003 pagavam Libor (a taxa interbancária de Londres) mais 2,5% ao
ano por uma linha de seis meses, hoje pagam Libor mais 0,3% ou 0,4%.
É evidente que essa realidade deve
ser aproveitada a favor do país, mas é
preciso ter em mente que esses movimentos podem mudar rapidamente,
como a história recente já demonstrou. A economia brasileira tem feito
progressos importantes na área externa. É necessário no entanto avançar e ter em vista o longo prazo.
Considerando a baixa cotação do
dólar, que não coloca em cena riscos
inflacionários, a ocasião parece especialmente propícia para que o Banco
Central tome iniciativas mais decididas tanto para recompor suas reservas em divisas internacionais como
para promover novas reduções da taxa de juros.
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