|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMMODITIES EM ALTA
A retomada do crescimento
dos EUA e dos países asiáticos
industrializados, sobretudo do Japão
e da China, resultou em uma correia
de transmissão para as economias
em desenvolvimento, exportadoras
de recursos naturais -agrícolas e
minerais-, como o Brasil. Esse contexto internacional, com a agressiva
demanda chinesa por matérias-primas, associada aos baixos estoques
mundiais de alguns metais, impulsionou uma escalada nas cotações.
Além disso, as baixíssimas taxas de
juros nas três principais áreas monetárias (EUA, Japão e União Européia)
favorecem a formação de posições
especulativas altistas nos mercados
de commodities -a Bolsa de Metais
de Londres e a de Chicago. A desvalorização do dólar frente ao euro
também auxilia a alta das cotações,
uma vez que fundos de investimentos, fundos de pensão e investidores
"offshore" procuram proteção nos
mercados futuros de commodities.
Diante disso, níquel, cobre, alumínio, estanho, zinco e chumbo apresentaram elevação substantiva de
preços. O níquel, por exemplo, subiu
132% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2003. O mesmo movimento ocorreu nos preços dos produtos agrícolas: algodão, café, soja,
milho, trigo. A soja, líder das exportações brasileiras, foi valorizada em
40,5% na Bolsa de Chicago.
Esse movimento de valorização das
commodities exportadas pelo Brasil,
deverá continuar favorecendo a balança comercial, que atingiu US$
24,8 bilhões em 2003. O Ministério
da Agricultura projeta exportações
de quase US$ 30 bilhões para 2004,
com superávit de US$ 25,1 bilhões.
São números sem dúvida promissores. Todavia, essa onda de elevação
dos preços das commodities não deve obnubilar as ações para diversificar a pauta de exportação. É preciso
encaminhar as políticas industriais
com vistas a obter ganhos de competitividade e melhores condições para
a substituição de importações, bem
como buscar novos mercados para
os produtos brasileiros.
Texto Anterior: Editoriais: ONDA DE EUFORIA Próximo Texto: Editoriais: NA CONTRAMÃO
Índice
|