São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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COMMODITIES EM ALTA

A retomada do crescimento dos EUA e dos países asiáticos industrializados, sobretudo do Japão e da China, resultou em uma correia de transmissão para as economias em desenvolvimento, exportadoras de recursos naturais -agrícolas e minerais-, como o Brasil. Esse contexto internacional, com a agressiva demanda chinesa por matérias-primas, associada aos baixos estoques mundiais de alguns metais, impulsionou uma escalada nas cotações.
Além disso, as baixíssimas taxas de juros nas três principais áreas monetárias (EUA, Japão e União Européia) favorecem a formação de posições especulativas altistas nos mercados de commodities -a Bolsa de Metais de Londres e a de Chicago. A desvalorização do dólar frente ao euro também auxilia a alta das cotações, uma vez que fundos de investimentos, fundos de pensão e investidores "offshore" procuram proteção nos mercados futuros de commodities.
Diante disso, níquel, cobre, alumínio, estanho, zinco e chumbo apresentaram elevação substantiva de preços. O níquel, por exemplo, subiu 132% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2003. O mesmo movimento ocorreu nos preços dos produtos agrícolas: algodão, café, soja, milho, trigo. A soja, líder das exportações brasileiras, foi valorizada em 40,5% na Bolsa de Chicago.
Esse movimento de valorização das commodities exportadas pelo Brasil, deverá continuar favorecendo a balança comercial, que atingiu US$ 24,8 bilhões em 2003. O Ministério da Agricultura projeta exportações de quase US$ 30 bilhões para 2004, com superávit de US$ 25,1 bilhões. São números sem dúvida promissores. Todavia, essa onda de elevação dos preços das commodities não deve obnubilar as ações para diversificar a pauta de exportação. É preciso encaminhar as políticas industriais com vistas a obter ganhos de competitividade e melhores condições para a substituição de importações, bem como buscar novos mercados para os produtos brasileiros.


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