São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Idéias claras e postura séria
"Em sua coluna de 4/1 ("Há um partido sem rumo, é o PSDB'), o jornalista Elio Gaspari faz uma avaliação, no mínimo, estranha do papel do PSDB no atual quadro político ao dizer que o partido se divide entre a adesão e a falta de rumo em relação ao governo federal. Esse tipo de análise faz-nos lembrar a fundação de nossa legenda, em 1988, quando muitos articulistas deste e de outros jornais previam vida curta para os tucanos. Nestes últimos 15 anos, o PSDB exerceu dois mandatos na Presidência da República, colaborou com a recuperação e o fortalecimento das instituições, proporcionou a estabilidade econômica do país e deu o caminho para as reformas estruturais, às quais o atual governo aderiu depois de ferrenha oposição. Estamos na terceira gestão à frente do governo do Estado, com alto índice de aprovação. Somos reconhecidos, em pesquisas de opinião pública e por analistas gabaritados, como a principal opção de governo em relação ao PT. O governador Geraldo Alckmin é hoje o nosso grande eleitor no Estado e na capital, como as pesquisas comprovam. Convido o jornalista Elio Gaspari a conhecer o trabalho que o PSDB tem feito com vários setores da sociedade para elaborar um programa de governo sério e realista. O nome do candidato do partido às eleições de outubro será definido no momento propício, dentro de um processo aberto de discussão. E o PSDB tem importantes companheiros que já se colocaram como pré-candidatos. Não nos faltam nomes e, muito menos, idéias. Talvez a confusão feita pelo jornalista entre essa posição que adotamos e uma eventual falta de atitude se deva ao hábito do culto ao personalismo. O PSDB manterá a sua linha de atuação, diferentemente de partidos que há mais de dois anos estão em campanha eleitoral."
Edson Aparecido, deputado estadual e presidente do Diretório Municipal do PSDB (São Paulo, SP)

Monumenta
"Diferentemente do que afirmou a nota "Brasil contingenciado" ("Painel", Brasil, pág. A4, 29/12), o programa Monumenta, do Ministério da Cultura, executou 44% de seu orçamento anual de 2003 -de R$ 16 milhões. É necessário ir além da análise da planilha orçamentária para compreender o significado desses números. Até 2002, em quatro anos de existência, o Monumenta havia executado apenas 7% de seu orçamento global, predominantemente em atividades administrativas. Neste ano, invertemos essa curva de gastos, concentrando os investimentos em obras, atividades educativas, formação de mão-de-obra etc. Isso permitiu concluir 16 obras em dez municípios e dar andamento a ações em outros 13 municípios. É preciso ressaltar que as prefeituras das 26 cidades incluídas no Monumenta são responsáveis por licitações e pagamentos, por meio de convênios, recebendo repasses do governo federal. Isso significa que os gastos dependem do andamento das obras e da situação de regularidade fiscal dos municípios. Estando inadimplente, o município fica inabilitado por lei a receber recursos federais até que regularize sua situação."
Marcelo Carvalho Ferraz, coordenador nacional do Programa Monumenta do Ministério da Cultura (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Otavio Cabral, do "Painel" - Dados do Siafi atualizados até 15/12 (os últimos disponíveis) mostram que o Ministério da Cultura pagou R$ 4.996.162 dos R$ 21.078.400 previstos no Orçamento da União para o programa Monumenta.

Filosofia
"O filósofo francês Voltaire costumava dizer o seguinte: "Quando quem fala não sabe bem o que está falando e quando quem ouve não sabe bem o que está ouvindo, isso é filosofia". Por essa linha de raciocínio, parece que está na hora de alguns políticos descerem do palanque, pararem de filosofar e começarem a governar este país antes que seja tarde."
Jayme de Almeida Rocha Netto (Campinas, SP)

Florianópolis
"Expresso o meu profundo descontentamento com os critérios metodológicos empregados pelo Datafolha na pesquisa para prefeito em Florianópolis, publicada em 28/12/03. Sou pré-candidato do PT a prefeito da capital catarinense, o primeiro a ser oficializado pelo partido em outubro de 2003, e, para espanto de todos, meu nome não foi incluído nas aferições. A população florianopolitana sabe do meu desejo de concorrer ao pleito deste ano, desejo amplamente manifestado por meio de atos públicos e de entrevistas em jornais locais. Eleito vice-prefeito de Florianópolis pela coligação da Frente Popular em 1992, fui candidato a prefeito nas eleições de 1996. Em uma batalha acirrada, chegamos ao segundo turno enfrentando a atual prefeita, Ângela Amin, e perdendo a eleição por apenas 7% dos votos. Atualmente, na Assembléia Legislativa, sou líder da bancada petista. Apesar do Datafolha, minha pré-candidatura à Prefeitura de Florianópolis é conhecida por toda a população, e a omissão de meu nome está causando confusão e dúvidas acerca da manutenção de minha pré-candidatura e da credibilidade do instituto de pesquisa. Tendo em vista o nítido desrespeito à legislação eleitoral vigente, que determina a inclusão de todas as pré-candidaturas em pesquisas pré-eleitorais, gostaria que, a exemplo do que ocorreu em Belo Horizonte, o Datafolha se redimisse. Solicito medidas corretivas para as pesquisas vindouras e a invalidação da pesquisa divulgada."
Afrânio Boppré, deputado estadual pelo PT e pré-candidato à Prefeitura de Florianópolis (Florianópolis, SC)

Nota da Redação - Os cenários definidos pela Redação e encaminhados ao Datafolha atendem a critérios jornalísticos e à limitação metodológica do instituto. Para o Datafolha, um excessivo número de cenários, incluindo mais nomes, resultaria em questionários extensos, os quais poderiam comprometer a representatividade da amostra.

Cotas
"Sou negro, tenho 32 anos, nível superior, sou bancário, casado com uma mulher que não é negra e pai de dois filhos. Concordo plenamente com o editorial "Cotas em questão" (Opinião, 5/1). Fico imaginando meus filhos ou um outro jovem negro, depois de ingressarem numa faculdade por meio de sua própria competência e capacidade, ouvirem de um branco: "Vocês participaram do programa de cotas da faculdade?". Quanto constrangimento! E até quando? A discriminação continua. Acredito em outras opções bem menos constrangedoras, como a melhoria do ensino básico."
Claudiney Leite Machado (Casa Branca, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Jayme Blay, presidente, e Stefi Maerker, secretária-geral da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Mário Miranda, conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal (Brasília, DF); Eurídice e Edson Vidigal, ministro do Superior Tribunal de Justiça (Brasília, DF); Valério de Magalhães, Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Ilhéus (Ilhéus, BA); Alcides Lopes Tápias, Aggrego Consultores (São Paulo, SP); Luiz Osvaldo Pastore (Cajamar, SP).


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