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TENDÊNCIAS/DEBATES
A união que faz a diferença e a força
ALENCAR BURTI
A rota mais curta para o sucesso começa pela responsabilidade do próprio empreendedor, fator intransferível
D iariamente, vivenciamos profundas e rápidas transformações,
sejam do meio ambiente, das relações
sociais, econômicas ou políticas. Nos últimos tempos, uma das principais alterações foi a velocidade com que tais mudanças aconteceram e foram percebidas
por nós. Este mundo, inovado de forma
cada vez mais rápida pela tecnologia,
exige a criação de um novo formato das
relações sociais.
No setor empresarial, o fenômeno da
globalização ditou as novas características deste "velho novo mundo", influindo nos campos da produção, da relação
capital-trabalho e da geração de renda.
E exige que todos os elos da grande cadeia produtiva -governo, empresários
e sociedade civil- reajam com menor
timidez e maior rapidez. Urge que todos
colaborem, insistam e persistam na direção das reformas estruturais (tributária, previdenciária, trabalhista e política), que devem buscar uma relação
mais justa no campo social.
Nesse aspecto, a classe empresarial
também é convocada a participar,
olhando para dentro de sua empresa,
atualizando seus processos produtivos e
gerenciais, reformulando seus conceitos e imprimindo uma nova dinâmica
às suas atividades. A pressa é inimiga da
perfeição, já diz o ditado, mas a intensidade dos acontecimentos exige dos verdadeiros empreendedores convicção,
vontade e determinação. Para os que almejam sucesso nesse campo, não há espaço para indecisões, ações desconexas
e muito menos isoladas.
É nesse ponto que o sistema Sebrae
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas), representante de parcela
importante da economia nacional, precisa interferir com uma agilidade responsável. É nossa missão primordial
preparar os empreendedores para que
seus negócios se tornem mais produtivos, competitivos e geradores de emprego e renda. É nosso compromisso
reverter o penoso índice de "mortalidade" do segmento (atualmente quase
60% dos negócios não conseguem sobreviver por três anos na atividade), fazendo sentir àqueles que desejarem empreender que não encontrarão no Sebrae nenhum tipo de paternalismo, mas
uma escola de oportunidades.
Dessa forma, o 1,3 milhão de estabelecimentos paulistas dessa categoria e os
4,5 milhões de pequenas e microempresas brasileiras poderão participar ainda
mais significativamente nos rumos do
desenvolvimento sócio-econômico do
país. Não serão responsáveis somente
por 12% das exportações ou 20% do PIB
ou 67% de empregos. Esses índices podem, devem e vão crescer ainda mais,
pois estaremos trabalhando incansavelmente nos próximos dois anos para
atingir esses objetivos.
O caminho que escolhemos para concretizar tais metas é o da ampliação da
rede de parcerias, internas e externas.
Em nosso corpo técnico, vamos estimular o conceito de associação interna, por
meio da ampliação de ações integradas
e cooperadas, sempre em busca da melhoria dos processos da entidade. Além
disso, convocaremos os 13 líderes que
compõem o nosso conselho deliberativo para contribuir e compartilhar suas
experiências nos campos de gestão, formação, tecnologia e políticas públicas. E
vamos estimular nosso público-alvo, os
micro e pequenos empresários, a contribuir com o projeto, apresentando críticas e sugestões construtivas.
Será uma verdadeira relação "ganha-ganha", onde todos os envolvidos no
aperfeiçoamento e na modernização do
Sebrae-SP serão beneficiados, com a
formação de empresas mais competitivas, empresários mais bem preparados
e entidades públicas e privadas mais
próximas do seu público-alvo. E o Sebrae-SP, ao otimizar a utilização dos recursos técnicos e financeiros e investir
no conceito de atuação empresarial, irá
consolidar-se como verdadeiro sistema
gerador de conhecimento, estimulando
e induzindo para a incontestável realidade: a rota mais curta para o sucesso
começa pela responsabilidade do próprio empreendedor, fator primordial e
intransferível.
Não vamos inventar a roda, mas aperfeiçoá-la. O caminho é a constante dedicação, a competência e a determinação
do conselho, da diretoria executiva, do
corpo técnico e de todos os parceiros
que entenderem que a união de esforços
e vivências fará a diferença para os milhões de empreendedores que não abriram, e não abrem, mão de construir e
perpetuar seu sonho: ter o próprio negócio. É o que fará a diferença no desenvolvimento sócio-econômico mais harmônico e justo do Estado e do país. É o
que permitirá a construção de um "velho novo mundo" com mais oportunidades para todos.
Alencar Burti, 72, é presidente do conselho deliberativo do Sebrae-SP, da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e da
Associação Comercial de São Paulo.
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