São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Vale do Rio Doce
"O jogo do poder! O PSDB faz coligações com PMDB, PFL e outros. Então consegue abater o adversário, coloca-o na lona; porém se esqueceu de olhar seu espelho manchado e quase quebrado. Pipoca mais uma denúncia de propina no caso da Vale do Rio Doce. Afirmações são dadas por seus companheiros de governo. O PFL está à espera, o Serra tem que cair, temos que dar o troco, só assim estaremos vingados. Pelo andar da carruagem, ainda vai aparecer muita coisa."
Antonio Carlos Ribeiro (Tupã, SP)

Oriente Médio
"Uma das perguntas que nos fazemos é como poderá haver paz no Oriente Médio se, enquanto Israel propõe dois Estados para dois povos, os palestinos exigem um Estado para um povo, o palestino no lugar do Estado de Israel. Por que ainda não temos paz? Porque os palestinos querem a destruição do Estado de Israel. Lamentável."
Helena Kessel (Curitiba, PR)

"Em seu artigo "Pobres paralelos" (Pág. A3, 5/5), Berel Aizenstein critica, com muita propriedade, o artigo "Duas guerras que são uma só", do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite (Pág. A3, 28/4), e acaba concordando com uma de suas afirmativas: "os daqui de fora, que nunca estiveram por lá e desconhecem aquela realidade, não têm a condição de entender e julgar". Israelenses e palestinos são irmãos siameses cuja separação não será simples e que fatalmente continuarão a ter de compartilhar partes vitais. A única solução para viabilizar o convívio pacífico de ambas as comunidades chama-se fraternidade, e isso, infelizmente, parece estar cada vez mais distante."
Jorge Nurkin (São Paulo, SP)

Eleições
"Mesmo que Chirac tenha vencido Le Pen com grande vantagem, a França é um exemplo das consequências de uma eleição "morna". Partidos tradicionais com poucas propostas, desinteresse da imprensa e da população contribuíram para que, no primeiro turno, o voto na extrema direita significasse uma forma de protesto e displicência. As eleições presidenciais brasileiras de 1998 também foram monótonas, contribuindo muito pouco para o processo democrático; no entanto a atual disputa parece nascer "quente", com grande embate de idéias, denúncias de falcatruas, promovendo o engajamento do eleitorado."
Pedro Henrique Delalibera
(São João da Boa Vista, SP)

Bancos
"Em vez de se irritar com as avaliações negativas da ascensão de seu candidato nas pesquisas, o PT deveria explicar como vai reduzir os enormes juros da dívida pública sem calotes ou renegociação forçada e sem fazer voltar a inflação. Ninguém mais acredita em mágica."
Paulo Seródio (São Paulo, SP)

"Não dá para aguentar essa intromissão alienígena de um segmento da economia -o bancário- que, historicamente, só sabe explorar a população e que agora vem nos "aconselhar" como votar, por causa deste ou daquele candidato, que, se eleito, deverá fazer isto ou aquilo. Vivemos em um Estado democrático de Direito; decidamos nós mesmos em quem votar!"
Geraldo José Dultra
(Ribeirão Preto, SP)

Polícia
"Tendo em vista a reportagem "Delegados desconheciam estatísticas" (Cotidiano, pág. C1, 2/5), são necessários os esclarecimentos que seguem: A 1ª Delegacia Seccional de Polícia, responsável pela área central da cidade, registra em seus assentamentos baixo número de homicídios, em comparação com outras áreas da capital. A chefia da circunscrição acima mencionada está a cargo do delegado de polícia Jorge Carlos Carrasco, que se declarou surpreso pelo fato de o autor da reportagem ter acesso aos números e dados que são privativos da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), jamais por desconhecimento das estatísticas, pois é o próprio delegado que fornece os dados. No que diz respeito à 2ª Delegacia Seccional de Polícia, dirigida pelo delegado Olavo Reino Francisco, essa não registra o maior número de homicídios às terças-feiras, como noticiou o texto. É oportuno assegurar que na área sul da capital do Estado de São Paulo (2ª Delegacia Seccional de Polícia), houve uma diminuição de 12,79% nos crimes de homicídios. Com referência à 4ª Delegacia Seccional de Polícia, exercendo a função de delegado de polícia operacional está o dr. Jorge Esper Ares Neto, que nunca declarou que "o sentimento de impunidade pode ser o elemento de motivação do crime". Diferentemente, asseverou, e talvez tenha sido gravado, que houve diminuição do número de homicídios na zona norte da capital. É forçoso observar que seria por demais pueril o delegado de polícia operacional alegar a quem quer que fosse que ninguém investiga absolutamente nada. O publicado não é verdade e não foi dito." Jorge Carlos Carrasco, primeiro delegado seccional de polícia, Olavo Reino Francisco, segundo delegado seccional de polícia,
Jorge Esper Ares Neto, delegado de polícia operacional da 4ª Delegacia Seccional (São Paulo, SP)

Resposta do repórter Gilmar Penteado
O delegado Jorge Carrasco reconheceu, em entrevista gravada, que não sabia que 20% dos homicídios em sua região aconteciam pela manhã, informação que obteria facilmente usando o sistema de que dispõe. Se o delegado Olavo Reino Francisco pesquisar no sistema, verá que o cruzamento de dados entre dias da semana e turno indicará dez casos na terça-feira à noite, o pico de ocorrências. A reportagem não atribuiu ao delegado Jorge Esper a afirmação de que "ninguém investiga absolutamente nada". A frase publicada, gravada, relata apenas que a impunidade pode ser um elemento de motivação do crime.

USP
"Bem infeliz a declaração do diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, de que, apesar da crise, a instituição mantém sua produção científica (Cotidiano, pág. C4, 4/5). São 3.995 trabalhos! Como se as cifras fossem tudo. Daqui a pouco, algum dos mandarins acadêmicos afeitos às medidas, afinados com a voga da pauperização da inteligência que atinge as universidades, argumentará: "Ora, se a produção vai bem, para que mais professores, salas de aula e outros privilégios?". Para quem não está acostumado com o meio universitário, o raciocínio pode ser escandido assim: se as teses continuam sendo defendidas a toque de caixa, se os artigos publicam-se aos montes, se os diplomas não param de ser confeccionados, então tudo vai bem."
Homero Santiago, doutorando da FFLCH-USP (São Paulo, SP)

Cadeia
"Prendam-me, por favor! Só não ouvimos esse tipo de apelo pelas ruas porque a liberdade, mesmo que na miséria, ainda é um bem que não se troca. Não fosse por isso, seria muito melhor ser prisioneiro neste país do que um sem-teto. Ao menos do ponto de vista da assistência que o Estado presta, é preferível ser prisioneiro. Vive melhor no Brasil um criminoso do que um indigente? Definitivamente sim!"
Eduardo de Almeida Carneiro
(São Paulo, SP)

Coragem
"Parabenizo Rubem Alves pela razão de sua sensibilidade ("Ganhei Coragem", pág. A3, 5/5). A mentira embalada com laço de fita, já construída e digerida, é um presente aceito sem contestações e lógica. Já a verdade duramente construída, individualmente, pela dialética do dia-a-dia, no confronto de idéias, na intelectualidade, na razão, na lógica, é amarga e dá trabalho. Choca-se frontalmente com aquela embalada para presente e, portanto, não há interesse em desenvolvê-la no atacado. Raros desenvolvem-na no varejo e dão conta."
Ângela Luiza Bonacci
(Pindamonhangaba, SP)



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