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CAMPANHA NA RUA
Oficialmente , começa hoje a
campanha de candidatos a
prefeito e à vereança no pleito de outubro próximo. As lideranças partidárias nacionais atentam para o quadro político que emergirá dessas eleições, sobretudo, nas maiores e mais
importantes cidades do país. Especialmente nas hostes governistas,
que ainda não produziram um nome
de força para a sucessão presidencial
de 2002, acredita-se que as eleições
municipais possam influenciar nessa intrincada decisão.
Mas esse é certamente o componente menor da rodada eleitoral que
irá definir o poder local em mais de
5.000 municípios. Mesmo em cidades grandes, com um papel teoricamente maior no jogo político nacional, nota-se uma crise de representatividade, de definições de papéis e de
credibilidade dos governantes locais.
Nesse sentido, o caso mais dramático parece ser o da capital paulista.
A crise de governabilidade na cidade de São Paulo atingiu patamar talvez nunca imaginado pelo mais pessimista dos analistas políticos. A
inépcia administrativa de prefeitos
aliada a irresponsabilidade, incompetência e fisiologismo de uma certa
vereança governista concorreram para enterrar qualquer vestígio de boa
gestão pública na maior cidade do
país. A sensação, alimentada por diversas investigações, condenações e
prisões, de que a propina é moeda
corrente de troca nas atividades da
municipalidade de São Paulo também contribui para a degradação das
instituições municipais.
Mas o que ocorre em São Paulo é
apenas um sintoma acentuado, beirando o estado terminal, de alguns
problemas de governo local que devem merecer destaque na pauta de
campanha dos candidatos. Como
inovar nas práticas de gestão municipal, as que dizem respeito direto à vida cotidiana do cidadão, aliando responsabilidade fiscal, lisura e transparência nas ações e atendimento
eficaz das demandas, especialmente
da população mais pobre?
Um dos maiores desafios da campanha que se inicia hoje é que ela
possa servir para resgatar o próprio
sentido do governo local, que seja capaz de produzir mensagens diferenciadas, que manifestem compromisso com uma ação também diferenciada. No fundo, trata-se de tentar
romper a indiferença de boa parte do
eleitorado que avalia todo político da
mesma maneira: pessimamente.
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