São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2000


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RECAÍDA ULTRA-LIBERAL

Talvez seja coincidência, mas, em um momento em que o governo FHC parece afinal disposto a dar alguns passos na direção de políticas de crescimento, de reorganização da estrutura produtiva e de incentivo ao desenvolvimento tecnológico, setores mais preocupados com a sensibilidade de Wall Street deram publicidade a um relatório produzido por uma consultoria internacional, que esta Folha antecipou há dois meses, colocando os bancos estatais federais na berlinda.
Talvez seja uma recaída ultra-liberal, uma espécie de etapa preliminar à formação de um clima propício à privatização dessas instituições. A atitude foi recebida com ruído. Alguns políticos do PSDB, partido que conseguiu articular uma reação à privatização de Furnas, vieram a público se manifestar contra a venda dos megabancos federais, ao menos durante o segundo mandato de FHC.
Em tese, tudo não passaria de um relatório com o objetivo de sugerir ao governo as formas de adequar o sistema de bancos públicos federais a uma situação de maior competição de mercado.
Na prática, sabe-se que a adequação que mais interessa aos consultores internacionais é a privatização pura e simples, quanto mais rápida melhor e, se possível, sem restrição aos capitais estrangeiros.
Seja qual for a opção do governo, o mínimo que se pode esperar é transparência no debate da questão e uma ampla mobilização de consultores e interessados no próprio país.
Esse é o tipo do tema que exige um debate amplo, e não manobras ou a velha guerrilha de gabinetes, que, em geral, terminam com decisões cujo custo recai sobre o conjunto da sociedade brasileira.



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