São Paulo, terça-feira, 06 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Debate eleitoral
"Depois do primeiro debate, ficou a certeza de que, qualquer que seja o candidato vencedor, nós perderemos. Todos falam muito, mas não dizem nada! Como todos os brasileiros, tenho sempre a esperança de que um dia existirá um candidato que verá que, "ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil". E ninguém diz que a primeira medida para começar a resolver quase todos os nossos problemas é a desburocratização -"muito ajuda quem não atrapalha". O Brasil não sobreviverá sem a municipalização dos problemas e das soluções. Fiquei vendo o debate até o final, esperando encontrar um único projeto original, mas só ouvi e vi bobagens. "O Brasil é um deserto de homens e de idéias"."
Claudio Souto (Rio de Janeiro, RJ)

"Sempre tive respeito pelo parlamentar, ministro e político José Serra. Mas a afirmação, no debate de domingo, de que os seis ou sete meses de gestão de Ciro Gomes no Ministério da Fazenda foram a "origem" de todos os problemas que se seguiram -inclusive os atuais- foi mais do que uma ofensa a Ciro. Foi uma agressão à inteligência dos telespectadores. Mesmo que Serra tivesse alguma razão, que providências tomou o governo FHC em oito anos? Não corrigiu os supostos erros somente para ter argumentos contra o adversário no momento eleitoral? Somente para provar que Ciro não entende nada de economia? Serra está se especializando na tática eleitoral comum e cínica do tucanato, que é a de atribuir os erros e fracassos do governo aos opositores. Mas exagerou na dose."
Leo L. Wedekin (Florianópolis, SC)

"No debate de domingo, os candidatos nem sequer fizeram menção ao sistema ferroviário. Não falaram em recuperar e em ampliar as linhas férreas já existentes nem em construir novas linhas por todo o Brasil. Com transporte ferroviário, os fretes seriam mais baixos e, em consequência, haveria um barateamento da produção."
Douglas Jorge (São Paulo, SP)

Casa própria
"Usar recursos do FGTS para financiar até R$ 400 mil para a compra de imóveis novos ou até R$ 180 mil para os usados é um crime, uma irresponsabilidade. E não contribui para a redução do déficit habitacional, apenas aumenta a concentração da renda. As classes mais abastadas não podem beneficiar-se dessa maneira do suor dos barnabés e dos peões brasileiros. Os recursos do FGTS podem e devem ser utilizados para financiar a casa própria, mas em valores módicos. Que tal pensar em até R$ 100 mil para imóveis novos e apenas R$ 50 mil para usados? Assim, um universo maior de beneficiados seria atendido."
Edivan Batista Carvalho (Brasília, DF)

Periferia
"Mais uma chacina na cidade de São Paulo. Ela ocorreu no Jardim Turquesa, na zona sul, na noite de domingo passado. Quatro pessoas morreram e três ficaram feridas. Nós, do Movimento Tome uma Atitude pela Não-Violência, temos na imprensa um forte aliado nas revelações de violência na periferia, principalmente quando esse problema social se torna estratégia de marketing em época de eleições. É importante que os moradores de São Paulo saibam o quanto nós, moradores da periferia -principalmente crianças, adolescentes e jovens-, sofremos com a falta de investimentos sociais. Queremos teatro, pistas de atletismo, piscinas, bibliotecas, quadras esportivas, campos de futebol, educação com qualidade, empregos para os jovens e também para seus pais. A situação dos jovens moradores da periferia está insuportável."
Luiz Carlos Dos Santos, coordenador do Movimento Tome uma Atitude pela Não-Violência (São Paulo, SP)

Saúde
"Em relação à reportagem "Unicamp desenvolve tecnologia para produzir remédio contra malária" (Cotidiano, pág. C4, 23/7), a Fundação Nacional de Saúde -Funasa-, órgão executivo do Ministério da Saúde, esclarece: 1. A afirmação de que o país registra "por volta de 500 mil casos de malária em cada ano" e cerca de "10 mil mortes" é incorreta e desconsidera a grande redução de casos que vem sendo alcançada por intermédio do Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária na Amazônia Legal, região que concentra mais de 99% dos casos da doença. 2. A malária nunca foi responsável pelo exorbitante número de 10 mil mortes anuais. No ano passado, foram registrados 98 óbitos -contra cerca de 230 ocorridos em 2000. Essa redução significativa já demonstra os efeitos positivos do plano de controle, lançado em 2000. 3. Houve ainda redução de cerca de 40% dos casos da doença em 2001 em relação a 1999. No ano passado, foram confirmadas 388 mil ocorrências de malária contra 637 mil em 1999, ano em que fatores naturais e socioeconômicos, como variações pluviométricas e intensificação de desmatamentos, produziram um aumento do número de casos. Alguns Estados, como o Acre (67%), Roraima (55%) e o Amazonas (71%), conseguiram resultados ainda mais positivos, . 4. Neste ano, até o mês de abril, a redução já alcançou cerca de 14% em relação ao mesmo período do ano passado."
Osíris Benedito Mendes Batista, chefe substituto da assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Viagens
"Ao contestar o direito democrático deste vereador de fiscalizar as ações da prefeita Marta Suplicy ("Viagem da prefeita", "Painel do Leitor", pág. A3, 5/8), o secretário municipal de Comunicação e Informação Social da Prefeitura de São Paulo, José Américo Ascêncio Dias, recorre à conhecida tática petista de justificar os erros dos integrantes de seu partido com ataques injustificados aos adversários. Diferentemente da prefeita Marta Suplicy, que faltou ao trabalho na sexta-feira para fazer campanha em Salvador, o governador Geraldo Alckmin vem dando um exemplo de conduta pública em sua trajetória rumo à reeleição, agendando suas atividades de campanha nos fins de semana e fora do horário de expediente. Quanto ao senador José Serra, na qualidade de candidato à Presidência da República, ele está agindo estritamente dentro da lei. Marta Suplicy não. Tanto na sua viagem ao Rio de Janeiro, quando foi clicada sambando ao lado da governadora Benedita da Silva, quanto agora, em Salvador, a prefeita de São Paulo utilizava horário normal de expediente em viagem -não para cuidar de assunto do município, mas para tratar de campanha eleitoral de seu partido."
Gilberto Natalini, vereador PSDB-SP (São Paulo, SP)

"Fiquei impressionada com a resposta dada pelo secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo, José Américo Ascêncio Dias. Creio que o secretário já tenha ouvido a frase: "Um erro não justifica outro". Com a sua resposta, ficou claro que, realmente, a nossa prefeita faz campanha política durante o período em que deveria estar administrando a cidade de São Paulo. Mais uma vez, o PT adota comportamento que critica. E fica a bronca também para os tucanos. Que vergonha!"
Jane Cristina Salzano (São Paulo, SP)



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