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EXPANSÃO E INCERTEZAS
As vendas reais da indústria
brasileira aumentaram 27,72%
em junho em relação ao mesmo mês
do ano passado, segundo levantamento da Confederação Nacional da
Indústria. No acumulado do semestre, a expansão atingiu 16,79%. O ritmo do crescimento industrial, comparável ao do início do Plano Real, já
não se deve apenas ao êxito das exportações, mas também ao reaquecimento do mercado interno.
Confirmando a tendência de recuperação, a CNI apurou elevação de
2,83% do número de empregados do
setor e de 8,91% dos salários. O levantamento também sancionou informações, anteriormente divulgadas pela Fundação Getúlio Vargas,
sobre o aumento da utilização da capacidade produtiva -que chegou a
83,3%, o maior percentual da série
histórica da CNI.
Diante desse quadro, é natural que
o otimismo empresarial cresça. Segundo pesquisa da Fiesp, 82% dos
empresários consultados em julho
afirmaram estar confiantes na economia, em contraste com os 50%
que diziam o mesmo em maio. Os
indiferentes, que eram 21%, agora
são 8%, enquanto os pessimistas caíram de 29% para 10%.
Essa mudança no ânimo do setor
produtivo, após um alongado período de desalento e baixo dinamismo
econômico, é auspiciosa, pois expectativas favoráveis tendem a estar associadas a decisões de investimento
-algo fundamental para que a retomada da atividade industrial possa
prosseguir numa trajetória duradoura e sustentável de expansão.
Embora autoridades governamentais, como o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, considerem que as inversões já anunciadas pela indústria serão capazes de
evitar a formação de gargalos de produção, na realidade ainda há fortes
incertezas quanto a isso. Para dissipá-las, será preciso criar condições
mais favoráveis ao investimento produtivo, que ainda esbarra em situações altamente desestimulantes, como o confuso e oneroso sistema tributário e as difíceis condições internas de financiamento.
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