São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Tributos
"Ser contribuinte no Brasil é padecer no paraíso -ou no inferno? Aloizio Mercadante sempre repetia que FHC elevara a carga tributária, em curto espaço de tempo, de 25% para o absurdo de 36%. Mas o atual governo não se coça para reduzi-la. O governo tem sido generoso com a vizinhança e indiferente aos ilícitos do MST, mas tem mantido a mão pesada no bolso do contribuinte que o sustenta sem, no entanto, atender às necessidades básicas da população, que são de sua responsabilidade. Pobre daquele que não dispõe de um plano de saúde particular e que depende da aposentadoria oficial para sobreviver. Indiferente a tais intempéries, o PT é hoje um partido financeiramente rico que quer se perpetuar no poder."
Humberto Schuwartz Soares (Vila Velha, ES)

Educação
"Em relação ao artigo "Universidade e democracia", publicado ontem ("Tendências/Debates'), gostaria de dizer que não entendi o porquê da frase "(...) violência por parte de grupos pouco representativos -felizmente- de funcionários e estudantes". É como se professores e diretores quisessem se eximir de todas as culpas. Sabemos bem que somos vitimados por aquilo que criamos. Creio também que, quando se diz "pouco representativos", haja um preconceito contra quaisquer minorias. Os mestres e diretores que escreveram o artigo poderiam repensar a questão da violência, que é geral. Porém, como foi particularizada, talvez o tratamento seja menos difícil. Não há cidadão de bem que não repudie a violência, mas apenas o repúdio não basta. O que está sendo feito na universidade em prol de mudança nas atitudes?"
Modesta Trindade Theodoro, professora do ensino fundamental, especialista em orientação educacional (Belo Horizonte, MG)

Terrorismo
"Parabenizo enfaticamente a Folha pela conduta tomada em 30/7, quando o jornal decidiu chamar o terrorismo pelo seu nome. Pela primeira vez, de forma explícita e inequívoca, um grande veículo de comunicação, em seu "Painel do Leitor", disse que os perpetradores palestinos de atos violentos devem ser chamados pelo seu real nome: terroristas. Sem codinomes: não são ativistas nem militantes, mas simplesmente o que são. Agradeço em nome da ética jornalística."
Victor Sarfatis Metta (São Paulo, SP)

 

"Achei muito curiosa a "Nota da Redação" com que a Folha respondeu à aguda percepção do leitor Nassib Rabeh. Em duas linhas e meia, o jornal "resolveu" quem é "terrorista", como se o problema fosse simples assim. Não é ponto pacífico, como a nota faz crer, que o estatuto do alvo seja argumento forte o bastante para definir o que é e o que não é terrorismo. Será que o recurso à Declaração de Direitos Humanos não seria mais lúcido? Além disso, acho que o jornal talvez devesse resolver problemas intrincados como esse com um pouco mais de complexidade. Duas linhas e meia são suficientes apenas para escrever um desastre como a citada "nota"."
Ricardo Lísias Aidar Fermino, doutorando em literatura brasileira na USP (São Paulo, SP)

Opportunity
"A propósito do artigo "O jogo bate no Citi" (Dinheiro, 3/8), de Luís Nassif, o Opportunity gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos: 1) Não houve sentença definitiva sobre ação judicial movida pelo senhor Luiz Roberto Demarco contra o Opportunity. Essa decisão foi anulada pelo Tribunal de Recursos das Ilhas Cayman, que sentenciou: "Os veredictos do juiz de que Verônica e Daniel Dantas eram culpados de falsificação e de emitir falsos documentos e de que eles e outras testemunhas da empresa prestaram falso testemunho sobre todas as questões essenciais só poderiam ser sustentados por provas irrefutáveis e convincentes, e não podem, nas circunstâncias, ser mantidos. (...) O único curso seguro nestas circunstâncias é oferecer à empresa a oportunidade, sob termos apropriados, a um novo julgamento'; 2) O Tribunal de Recursos, portanto, determinou a anulação do processo, tendo em vista que foram comprovadas "falhas fundamentais de justiça" e que não poderia "permitir que a decisão do meritíssimo juiz, nessas circunstâncias, fosse mantida'; 3) Diferentemente do que afirma o colunista, no dia 29 de julho último, o Tribunal de Recursos das Ilhas Cayman concedeu ao senhor Luiz Roberto Demarco somente o direito de propor a sua apelação perante a Her Majestys Privy Council, a Supreme Court of Britsh Overseas Territories, que não é a Suprema Corte Britânica. No momento, é importante afirmar que não houve reversão da decisão do Tribunal de Recursos das Ilhas Cayman que concedeu ao Opportunity a oportunidade de um novo julgamento; 4) Registre-se que o Citigroup não é parte desse processo trabalhista entre o Opportunity e o seu ex-funcionário; 5) Vale lembrar que o Opportunity é um administrador de recursos. Todo o dinheiro captado aqui e no exterior é aplicado no Brasil, no mercado de capitais e em empresas, o que contribui para a capitalização e, conseqüentemente, para a ampliação do mercado de capitais e para a geração de empregos, de renda e de prosperidade; 6) O Opportunity foi um dos primeiros a atuarem na indústria de "private equity", e constam de seu portfólio oito empresas, entre as quais quatro têm ações negociadas na Bolsa de Nova York e são líderes em seu mercado de atuação, capitalizadas, rentáveis e reconhecidas nacional e internacionalmente."
Maria Amalia Coutrim, diretora e sócia do Opportunity (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do colunista Luís Nassif - A missivista confunde ações. A ação de Demarco contra o Opportunity -a "Cause 226 of 2000"- teve sentença definitiva. Falta apenas apurar o valor da indenização pleiteada. Na ação do CVC/Opportunity contra Demarco, o banco foi condenado em primeira instância. Na segunda instância, os juízes da Corte das Ilhas Cayman deram o direito ao CVC/Opportunity de um novo julgamento. No dia 29 de julho de 2004, a mesma Corte determinou que o processo fosse paralisado ("stay') e enviado ao Privy Council de Londres. O Citibank N.A. ou "Citigroup" é parte interessada da "Cause 226 de 2000", tendo enviado advogados às Ilhas Cayman.

Genéricos
"A Pró-Genéricos parabeniza o diretor-presidente da Anvisa pelo esclarecedor artigo "Ser e parecer" ("Tendências/ Debates", 5/8). O artigo se presta a combater informações distorcidas e infundadas sobre o importante papel exercido pela Anvisa no controle da qualidade e da segurança dos medicamentos comercializados no país. A criação da Anvisa, há cinco anos, foi, inquestionavelmente, um grande avanço da saúde pública no Brasil."
Vera Valente, diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos -Pró-Genéricos (São Paulo, SP)


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