São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2001

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ELIANE CANTANHÊDE

Roseana e Marta

BRASÍLIA - Os cidadãos preferem as mulheres aos homens em cargos públicos. Acha que são mais honestas (59,8%), responsáveis (53,7%), confiáveis (51,2%), competentes (47,5%), firmes (44,7%) e capazes (42,8%).
No quesito honestidade é que a coisa fica mais feia: os homens só tiveram 15,1%, contra os quase 60% das mulheres. Um arraso!
E daí? Daí que esses dados da última pesquisa CNT-Sensus mostram que, na percepção popular, honestidade, competência e firmeza, por exemplo, andam em falta em prefeituras e em governos estaduais, ambientes esmagadoramente masculinos. Mostram também que há bom espaço para as mulheres na política.
Esse é um dos motivos de a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, crescer e aparecer na mesma pesquisa como candidata à Presidência com um índice de 14,1%, praticamente confirmado dias depois pelo Vox Populi (13%). Além, claro, do sobrenome e da longa exposição nos comerciais do PFL.
No mesmo período, Marta Suplicy começou a sair do atoleiro das pesquisas. O último Datafolha, publicado na segunda-feira, mostra que seus índices de rejeição caíram de 42% em junho para 35% agora. Se a tendência se mantiver, Marta terá chance de chegar ao fim do ano respirando melhor. Apesar da avalanche de problemas acumulados em São Paulo.
A pefelista Roseana, primeira governadora eleita (e reeleita) no país, e a petista Marta, prefeita da principal capital, têm enormes responsabilidades. Políticas e administrativas, como todo governador ou prefeito. Mas também responsabilidade com a imagem da mulher na vida pública.
Os holofotes que iluminam seus belos rostos são os mesmos que expõem as mazelas de Estados e cidades de um país tão cronicamente desigual. Os homens perderam a guerra. Que chances as mulheres têm?

O mais surpreendente numa outra pesquisa Datafolha: segundo 24% dos paulistanos, tudo não passa de perseguição política contra Maluf!


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