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ELIANE CANTANHÊDE
Roseana e Marta
BRASÍLIA - Os cidadãos preferem as mulheres aos homens em cargos públicos. Acha que são mais honestas
(59,8%), responsáveis (53,7%), confiáveis (51,2%), competentes (47,5%),
firmes (44,7%) e capazes (42,8%).
No quesito honestidade é que a coisa fica mais feia: os homens só tiveram 15,1%, contra os quase 60% das
mulheres. Um arraso!
E daí? Daí que esses dados da última pesquisa CNT-Sensus mostram
que, na percepção popular, honestidade, competência e firmeza, por
exemplo, andam em falta em prefeituras e em governos estaduais, ambientes esmagadoramente masculinos. Mostram também que há bom
espaço para as mulheres na política.
Esse é um dos motivos de a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, crescer e aparecer na mesma
pesquisa como candidata à Presidência com um índice de 14,1%, praticamente confirmado dias depois pelo
Vox Populi (13%). Além, claro, do sobrenome e da longa exposição nos comerciais do PFL.
No mesmo período, Marta Suplicy
começou a sair do atoleiro das pesquisas. O último Datafolha, publicado na segunda-feira, mostra que seus
índices de rejeição caíram de 42% em
junho para 35% agora. Se a tendência se mantiver, Marta terá chance de
chegar ao fim do ano respirando melhor. Apesar da avalanche de problemas acumulados em São Paulo.
A pefelista Roseana, primeira governadora eleita (e reeleita) no país, e
a petista Marta, prefeita da principal
capital, têm enormes responsabilidades. Políticas e administrativas, como
todo governador ou prefeito. Mas
também responsabilidade com a
imagem da mulher na vida pública.
Os holofotes que iluminam seus belos rostos são os mesmos que expõem
as mazelas de Estados e cidades de
um país tão cronicamente desigual.
Os homens perderam a guerra. Que
chances as mulheres têm?
O mais surpreendente numa outra
pesquisa Datafolha: segundo 24% dos
paulistanos, tudo não passa de perseguição política contra Maluf!
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