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PACOTE AÉREO
A aviação internacional tem
sido duplamente punida. De
um lado, a desaceleração econômica
diminuiu o movimento aéreo, sobretudo no segmento de viagens de negócios. Do outro, os ataques terroristas agravaram a queda na demanda
das empresas aéreas. Para evitar um
colapso no setor, o governo americano concedeu auxílio de US$ 15 bilhões em empréstimos e isenções
fiscais. Mas os problemas persistiriam. A US Airways pediu concordata, e a United Airlines enfrenta graves
problemas.
As companhias aéreas brasileiras
enfrentam situação semelhante.
Acumularam muitas dívidas e sérios
problemas administrativos. A Varig
tem débitos de R$ 2,7 bilhões; a
Vasp, de R$ 2 bilhões. A Transbrasil,
com dívidas de R$ 1 bilhão, parou de
voar em dezembro de 2001.
Para tentar aliviar a crise no setor, o
Ministério do Desenvolvimento, a
Receita Federal e as empresas aéreas
fecharam um acordo que pode atingir R$ 1 bilhão. O programa financeiro inclui perdão de dívida em contribuições sociais (PIS e Cofins),
isenções tributárias (no Imposto sobre Operações Financeiras em transações de seguro e de leasing e no
Imposto de Importações de peças) e
transferência para o Tesouro Nacional das despesas com o seguro obrigatório das aeronaves -por danos
causados a vítimas em terra de atentados aéreos terroristas.
O pacote deve permitir uma reorganização patrimonial e uma redução
nos custos operacionais das empresas brasileiras. Porém o auxílio não
tem como contrapartida uma reestruturação do setor, defendida por
alguns especialistas que prescrevem,
até, fusão de empresas. O risco é o
de, sem a devida reestruturação, a
aviação comercial brasileira voltar a
exigir novos programas de auxilio financeiro do governo no futuro -isso a despeito do desempenho do setor em âmbito mundial.
Se o Estado brasileiro tem de intervir na aviação comercial, seria melhor que o fizesse de maneira a estimular as empresas a entrarem em
vôo solo daqui para a frente.
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