São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Frente Trabalhista
"Há inverdades e incorreções em duas reportagens publicadas ontem na página Especial 4 (caderno Eleições 2002). Na primeira delas -"Ciro diz sentir vergonha de ser político'-, escreveu-se que "Patrícia (Pillar), depois de verificar estar sendo observada pela imprensa, franziu o rosto, preparando-se para chorar". Isso não ocorreu em nenhum momento. Patrícia Pillar não precisava verificar que estava sendo observada pela imprensa, uma vez que jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas passaram quase todo o tempo de duração do filme olhando para os políticos presentes ao evento, e não para a tela onde era projetado o excelente longa "Uma Onda no Ar". A foto publicada junto com o texto, na qual o candidato Ciro Gomes passa a mão no rosto enxugando uma lágrima, não foi tirada no momento da exibição da fita, como diz a legenda, e sim durante o belo, emocionado e enfático discurso de Viviane Senna. A empresária e presidente do Instituto Ayrton Senna chorou enquanto falava, emocionando a maioria dos presentes à sala de exibição. Ciro não foi o único a se emocionar. Na mesma foto citada, duas filas acima, uma das atrizes da fita também enxuga lágrimas depois de ouvir as palavras de Viviane Senna. Já a reportagem "Ciro recebe passagens e adesivos em jantar" elenca ajudas financeiras e materiais que teriam sido recebidas durante um jantar com empresários em São Paulo. A série de fatos publicados não corresponde à realidade. No espaço de uma semana, foi a terceira reportagem da Folha especulando sobre atividades de arrecadação da campanha de Ciro Gomes. Aproveitando o momento, a Frente Trabalhista pergunta: por que jantares e eventos similares das demais candidaturas presidenciais não estão na pauta do jornal?"
Luís Costa Pinto, coordenador de imprensa da Frente Trabalhista - Ciro Presidente (São Paulo, SP)

Resposta das jornalistas Patricia Zorzan e Andréa Michael - O comportamento da atriz Patrícia Pillar descrito na reportagem foi testemunhado pela Folha. As informações publicadas sobre as doações de material para a campanha de Ciro Gomes foram repassadas à reportagem pelo anfitrião do evento, Flavio Aronis. Quanto à legenda da foto, leia a seção "Erramos", abaixo.

Grande Aliança
"Sobre a reportagem "Tira-teima" (Eleições 2002, pág. Especial 6, 4/9), gostaríamos de esclarecer o seguinte: Estão corretos os números sobre os gastos do Ministério da Saúde apresentados pelo senador José Serra no debate da TV Record no dia 2 deste mês. Na ocasião, Serra disse: "Na verdade, o Ministério da Saúde tem um orçamento próximo de R$ 26 bilhões. Cinco bilhões de reais vão para o que se poderia considerar área não-governamental, só que metade disso, inclusive, é para a Santa Casa, para a Beneficência Portuguesa, para os bons hospitais filantrópicos do Brasil. O que dá de convênios com a área privada menos de 10%. Ciro (dirigindo-se ao candidato), R$ 10 de cada R$ 100 não é R$ 75". Os dados apresentados pelo candidato conferem com os números oficiais divulgados no dia seguinte pelo Ministério da Saúde em entrevista coletiva do ministro Barjas Negri e em nota com o seguinte trecho: "Em 2001, o orçamento do Ministério da Saúde foi de R$ 26,137 bilhões. Desse total, R$ 5,18 bilhões (19,8%) foram destinados ao pagamento de atendimentos prestados pela rede privada conveniada ao SUS. As santas casas e os demais hospitais filantrópicos receberam R$ 2,628 bilhões, ou 10% do orçamento,e os privados não-filantrópicos tiveram repasse de R$ 2,5 bilhões no ano"."
Rogerio Schlegel, assessoria de imprensa da Coligação Grande Aliança (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Os dados apresentados pelo candidato tucano no debate conferem apenas com parte das informações divulgadas pelo Ministério da Saúde. A reportagem informou que o candidato usou o dado de que 9,78% do orçamento total do SUS é repassado a hospitais privados. O candidato omitiu, no entanto, que, dos recursos repassados a hospitais, 43,2% vão para a iniciativa privada.

Felicidade geral da nação
"Os candidatos a presidente falam muito em gerar milhões de empregos, mas nem sabem como vão conseguir isso. Gostaria de dar uma sugestão. As padarias estão aumentando o preço do pãozinho, alegando que o preço do trigo, que é importado, subiu muito. Há uma saída, com dois resultados interessantes. O governo obrigaria a adição de fécula de mandioca ao trigo na fabricação do pão. Isso aumentaria substancialmente o número de plantadores de mandioca em todo o país, iniciando assim a geração de novos e muitos empregos, ao mesmo tempo em que a importação de trigo seria reduzida para o bem do povo e a felicidade geral da nação."
Paulo de Sá Carneiro Chaves, diretor do Sindicato da Indústria da Mandioca do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Particularidades
"Pela ênfase dada pelo noticiário político a certas particularidades de cada candidato, parece que os eleitores vão escolher um marido para suas filhas, e não um presidente da República. Afinal, muito do que se fala é pura baboseira. Ciro é explosivo, mal-educado, tratou de forma errada a mulher. Lula mudou os ternos, aparou a barba, fala errado. Serra não é simpático, tem olheiras, sorri pouco. Garotinho vai muito a cultos religiosos. E por aí afora. Por favor, mais conteúdo e menos futilidades."
Josué Luiz Hentz (São João da Boa Vista, SP)

Inflação
"A cesta básica chegou a custar R$ 167,70 em São Paulo na semana passada, batendo todos os recordes desde julho de 1994, segundo noticiaram os jornais de acordo com pesquisa feita pelo Procon. Mas, por incrível que pareça, a farsa dos índices inflacionários montada por economistas do governo de FHC não acusa o absurdo aumento no custo de vida da população que essa enxurrada de reajustes vem provocando."
Turíbio Liberatto (São Caetano do Sul, SP)

Classes
"Nos últimos oito anos, a classe média foi aniquilada. Na sua escala de classificação, a classe alta caiu para média e esta, para baixa. Esta última foi para a miséria. Toda a sua poupança foi consumida. Esqueceu-se de que ela é geradora de emprego por meio das microempresas (comércio, indústria e serviços) e também consumidora. Os funcionários públicos tiveram os seus salários congelados. Até os aposentados foram afetados com o congelamento da tabela de Imposto de Renda. Está assim explicado (em parte) o fiasco da economia."
Joaquim Gonçalves de Almeida (Brasília, DF)



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