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PAINEL DO LEITOR
Sucessão
"Em relação à mensagem do sr. Ary
Braga Pacheco Filho publicada ontem
nesta seção, gostaria de dizer que quem
realmente já começou a jogar "cascas de
banana" para o novo governo não foi o
PSDB, e sim a ala radical do próprio PT
ao exigir do futuro governo que faça
cumprir os compromissos de campanha, como o salário mínimo de R$ 240.
Ou será que o sr. Lula não conhecia o
Orçamento para 2003? O PSDB está auxiliando -e muito- a transição."
Renato Girão Ventura (Cafelândia, SP)
"A julgar pela atitude dos parlamentares do PSDB, que agora defendem com
unhas e dentes um salário mínimo não
inferior a R$ 240, podemos supor que
eles agiam de má-fé quando estavam no
governo. Se há a possibilidade de reajustar o mínimo para esse valor, por que
não o fizeram? A situação econômica do
país mudou tanto assim em 20 dias?"
Valmir Stronzake (Paranacity, PR)
Salários
"Não poderia deixar de registrar a minha indignação com a proposta do deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE)
referente ao aumento de 107% para seu
salário. Digo seu salário, pois, com o novo Congresso, tenho dúvidas de que a
maioria que ele diz ter comungue com
esse estelionato político -principalmente pelo fato de esse senhor aprovar
um Orçamento que dificilmente contemplará um aumento de R$ 40 para a
maioria do povo."
Ricardo Alves de Oliveira
(São João Nepomuceno, MG)
"É absurdo que, em um país onde hoje
a palavra de ordem é pacto social, com
sacrifícios sendo distribuídos para todos, os senhores congressistas pleiteiem
um aumento imoral. Mais imoral ainda
é a justificativa dada pelo deputado Severino Cavalcanti -de que esse aumento "é uma questão de sobrevivência para
os congressistas". E como sobrevivem os
assalariados e os pensionistas que recebem um salário mínimo?
Senhores congressistas, vergonha na
cara é o que realmente dá voto! Esta eleição já mostrou isso."
Ruth Nazareth Kuczynski (São Paulo, SP)
Pedágio
"Em resposta ao leitor Alfredo Luiz
Paes de Oliveira Suppia ("Painel do Leitor", 5/11), a Artesp -Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo- informa que a entrega do recibo de
pagamento de pedágio não é obrigatória
-a não ser que ela seja solicitada pelo
usuário. Aqueles que não necessitam dos
recibos costumam jogá-los pela janela, e
essa prática incentiva o mercado paralelo
de vendas de recibos para fins de restituições ilícitas.
Em todas as passagens, o veículo será
sempre identificado e registrado por
meio de sensores eletrônicos instalados
na pista. Esses registros são periodicamente auditados pela Artesp, órgão encarregado de fiscalizar o cumprimento
dos contratos de concessão e os serviços
prestados pelas concessionárias de rodovias."
Adherbal Vieira, assessor de imprensa da
Artesp (São Paulo, SP)
"Assim como alguns leitores, também
me manifesto em relação aos pedágios.
Em 29/10, na praça de Itirapina (SP),
vi-me numa situação desconfortável ao
perceber que o troco estava errado e que
a única forma de tirar a dúvida seria fechar o caixa. Tal ato complicaria o fluxo
de veículos, já prejudicado pelas fortes
chuvas que começavam a cair.
Embora tenha sido atendido com educação por um responsável (não o próprio caixa), que no dia seguinte me telefonou, fui informado de que no caixa
não constara sobra de troco. Portanto ficou palavra contra palavra.
Penso então que, em situação semelhante, devemos solicitar o fechamento
imediato do caixa para conferência. Ah,
quanto à pergunta se queremos recibo
ou não, ela deveria ser abolida."
Jeferson Licio (Descalvado, SP)
Pacto
"Para a Fiesp ("Lula precisa iniciar logo
o pacto social, afirma Fiesp", Primeira
Página, 4/11), os empresários deverão
comprometer-se a manter os preços e
-pasmem- "os trabalhadores, com o
não-reajuste de salários".
Precisamos saber a qual dos Brasis a
Fiesp está se referindo. O Brasil atual está
fazendo concorrência com a Torre de
Babel. Ninguém se entende. O governo
de FHC mostrou as unhas, a Petrobras
não foi avisada pela Fiesp e os supermercadistas não falam o português. Só o povo, como sempre, entende a língua dos
oligarcas prepotentes que persistem em
apunhalar a classe que não tem defesa."
Dartagnan Gonçalves Lagos
(Paranaguá, PR)
Combustíveis
"Que empresas privadas priorizem os
lucros em detrimento dos interesses nacionais é triste, mas compreensível. Já,
em uma empresa estatal, como a Petrobras, esse comportamento é inadmissível. Não há momento mais inoportuno
para o novo reajuste dos combustíveis.
Afinal, o dólar começou a baixar e tudo
leva a crer que, a médio prazo, venha a
estabilizar-se em patamares mais baixos.
Além disso, pela primeira vez na era do
Plano Real, a inflação ultrapassou 3% ao
mês. E o aumento dos combustíveis é,
sem duvida, o item que mais rapidamente pressiona o índice inflacionário.
Só nos resta torcer para que o novo
presidente pare com o velho hábito do
governo de utilizar a Petrobras como órgão arrecadador de impostos. É bom
lembrar que mais de 80% do petróleo
que o país utiliza é produzido no Brasil."
Luigi Petti (São Paulo, SP)
Política democrática
"A coluna de Roberto Mangabeira Unger de 5/11 nos "unge" com clareza ao atacar a retórica reinante do equilíbrio fiscal
a todo custo, como se isso fosse o linimento para todos os nossos males.
A força motriz do novo governo deverá
ser a prática de uma política democrática
verdadeira, que valorize os salários e,
consequentemente, gere poupança interna e menor dependência externa."
Marcos A. Chaves Marques
(Sorocaba, SP)
Febem
"A Folha, por meio da repórter Gabriela Athias, prestou um grande desserviço ao jornalismo no último sábado ao
publicar de forma mais que imprecisa a
reportagem "OEA vai investigar denúncias contra Febem" (Cotidiano, pág.C1).
Em nenhum momento o leitor da Folha foi informado de que as visitas que
serviram de base para o relatório da
OEA foram feitas em 1999 e em 2000.
A repórter, para tentar "esquentar" a
notícia, foi incapaz, por exemplo, de dizer que a maior parte das visitas foi feita
em locais que já foram desativados, como são os casos de Parelheiros, Pinheiros e Santo André e do Centro de Observação Criminológica.
É preciso deixar claro que, desde então, a Febem tem passado por um profundo processo de transformação
-com a construção de unidades pequenas, descentralizadas e regionalizadas,
conforme determina o ECA.
Além disso, foi implementada uma
grande gama de atividades profissionalizantes, culturais e esportivas. Hoje, todos os jovens internados estudam e ficam ocupados durante todo o período,
ou seja, da hora em que acordam até a
hora em que vão dormir.
O resultado disso tudo é que o número
de rebeliões, que chegou a 52 quando da
última visita da OEA em 2000, caiu para
apenas um neste ano."
Vanderlei França, da assessoria de
imprensa da Febem-SP (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Gabriela Athias - As informações que constam da carta foram publicadas no texto "Fundação afirma que já foram feitas mudanças", que acompanhou a reportagem. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA só decidiu investigar a Febem no dia 21/10. A comissão rejeitou as alegações de que os maus-tratos já haviam sido resolvidos
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