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As palavras de Ingrid
Não há espaço para negociação
com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O confronto militar é a única saída.
As opiniões não vieram de integrantes do Exército do país vizinho ou do ex-presidente linha dura Álvaro Uribe, mas da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, em sabatina promovida anteontem pela Folha.
A avaliação também chama a
atenção por partir de alguém que
não se caracteriza por posições
sectárias, como ficou patente na
mesma entrevista.
Sequestrada pela narcoguerrilha por mais de seis anos, Betancourt elogiou as gestões do presidente venezuelano, Hugo Chávez,
no papel de mediador da libertação de reféns e foi ponderada sua
avaliação sobre Uribe e o sucessor, Juan Manuel Santos. Tratou o
novo mandatário como um "democrata"; o ex-presidente, como
um "homem de convicções"
-uma cuidadosa seleção de palavras para distinguir os dois líderes
que impuseram as mais importantes derrotas às Farc.
O desmonte do grupo se manifesta no contingente de guerrilheiros a seu serviço, reduzido a menos da metade dos 20 mil homens
que há uma década arregimentava. Banidos das grandes cidades,
seus efetivos refugiam-se em
áreas isoladas da floresta.
Ainda mantêm, contudo, quase
duas dezenas de reféns militares e
centenas de civis. Acuadas, as
Farc propõem ao governo a troca
de prisioneiros e demonstram interesse em negociar.
São compreensíveis as suspeitas da sociedade colombiana
quanto a isso. Durante o governo
de Andrés Pastrana (1998-2002),
um processo semelhante foi posto
em marcha. Enquanto a guerrilha
ganhava tempo e espaço, tornou-se patente que seu objetivo era
apenas o de se fortalecer.
Hoje o governo Santos promete
vencê-la "pela razão ou pela força" -o mais provável é que tenha
de seguir os dois caminhos para
atingir seu objetivo. A eficácia do
cerco militar terminará por precipitar algum tipo de negociação.
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