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JUROS EUROPEUS
O Produto Interno Bruto
(PIB) dos 12 países da região
do euro cresceu apenas 0,3% no terceiro trimestre de 2002, em comparação com o trimestre anterior. A taxa de crescimento dos 15 países da
União Européia (que exclui Dinamarca, Reino Unido e Suécia) foi de
0,4%. Exatamente as mesmas taxas
do segundo trimestre. Esses dados
revelam que a economia européia está praticamente estagnada.
Mais grave ainda, os investimentos, que representam a expansão da
capacidade produtiva, apresentaram
queda nos últimos seis trimestres. As
perspectiva de rentabilidade das empresas permanecem negativas.
A principal fonte de demanda da
economia européia continuou sendo
o setor externo, que expandiu 3,1%
entre os países da área euro e 1,9%
entre os países da UE no terceiro trimestre. Essa dependência européia
de estímulos provenientes da economia mundial condiciona o comportamento do euro e, por conseguinte,
de sua política monetária. O diferencial de taxas de juros entre os Estados
Unidos e a Europa estava proporcionando uma pequena valorização do
euro em relação ao dólar. Desde setembro, o fluxo líquido de investimentos passou a ser positivo para os
países da área euro. Papéis americanos tornaram-se minoritários em
boa parte dos portfólios dos bancos
europeus. A valorização do euro poderia dificultar ainda mais a recuperação européia.
Essa dinâmica do euro e a perspectiva de queda na taxa de crescimento
da economia européia no primeiro
trimestre de 2003, certamente pesaram na decisão do Banco Central Europeu (BCE). Após 13 meses inerte, o
BCE reduziu a taxa de juros básica
em meio ponto percentual. A taxa da
área euro caiu de 3,25% ao ano para
2,75%. O diferencial de juros foi reduzido, mas não eliminado (a taxa
americana está em 1,25%). Isso significa que a queda dos juros europeus era necessária, mas não parece
suficiente para estimular a economia
européia e deter a valorização do euro. As incertezas sobre o dinamismo
da economia mundial permanecem.
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