São Paulo, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002

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JUROS EUROPEUS

O Produto Interno Bruto (PIB) dos 12 países da região do euro cresceu apenas 0,3% no terceiro trimestre de 2002, em comparação com o trimestre anterior. A taxa de crescimento dos 15 países da União Européia (que exclui Dinamarca, Reino Unido e Suécia) foi de 0,4%. Exatamente as mesmas taxas do segundo trimestre. Esses dados revelam que a economia européia está praticamente estagnada.
Mais grave ainda, os investimentos, que representam a expansão da capacidade produtiva, apresentaram queda nos últimos seis trimestres. As perspectiva de rentabilidade das empresas permanecem negativas.
A principal fonte de demanda da economia européia continuou sendo o setor externo, que expandiu 3,1% entre os países da área euro e 1,9% entre os países da UE no terceiro trimestre. Essa dependência européia de estímulos provenientes da economia mundial condiciona o comportamento do euro e, por conseguinte, de sua política monetária. O diferencial de taxas de juros entre os Estados Unidos e a Europa estava proporcionando uma pequena valorização do euro em relação ao dólar. Desde setembro, o fluxo líquido de investimentos passou a ser positivo para os países da área euro. Papéis americanos tornaram-se minoritários em boa parte dos portfólios dos bancos europeus. A valorização do euro poderia dificultar ainda mais a recuperação européia.
Essa dinâmica do euro e a perspectiva de queda na taxa de crescimento da economia européia no primeiro trimestre de 2003, certamente pesaram na decisão do Banco Central Europeu (BCE). Após 13 meses inerte, o BCE reduziu a taxa de juros básica em meio ponto percentual. A taxa da área euro caiu de 3,25% ao ano para 2,75%. O diferencial de juros foi reduzido, mas não eliminado (a taxa americana está em 1,25%). Isso significa que a queda dos juros europeus era necessária, mas não parece suficiente para estimular a economia européia e deter a valorização do euro. As incertezas sobre o dinamismo da economia mundial permanecem.


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