UOL




São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Fazenda Nacional
"Na condição de procurador-geral da Fazenda Nacional, sinto-me no dever de prestar esclarecimentos acerca das notas "Contas estranhas" e "Difícil de apurar", publicadas na coluna "Painel" (Brasil, pág. A4) em 1º/12. 1. Em março de 2003, assumi a direção da PGFN, e um de meus primeiros atos foi solicitar à Controladoria Geral da União uma auditoria da dívida ativa da União de várias unidades deste órgão. Determinei ainda amplo acesso às informações necessárias. 2. A propósito disso, transcrevo trecho da mensagem que me foi enviada pelo procurador-chefe no Estado de São Paulo, doutor Ricardo Pessoa, profissional íntegro, que bem traduz essa realidade: "(...) 2 - Recebi a equipe de quatro auditores da CGU de portas abertas e colaborei integralmente com todos eles, abrindo todos os dados e aguardando pelo resultado mais completo possível; 3 - Surpreso com a publicação jornalística, entrei em contato com o responsável pelas notas da coluna "Painel", o qual me informou ter tido acesso ao relatório da CGU deste ano, mas prometeu publicar amanhã, dia 2/12, meus esclarecimentos, particularmente no sentido de que os obstáculos opostos à CGU, se foram feitos, se verificaram antes de minha gestão; 4 -Também liguei para o chefe da CGU no Estado de São Paulo, senhor Nivaldo Germano (...), dele escutando que não havia enviado nada para a Folha, que nenhum obstáculo foi oposto pela atual chefia da PFN-SP aos trabalhos da CGU (...)". 3. Portanto tais notas somente podem ter sido baseadas em auditoria realizada antes da nossa gestão, pois a que solicitamos não apontou fraudes, mas, se fraude houver, seremos implacáveis nas investigações e punições dos culpados. 4. O relatório da auditoria apontou, efetivamente, fragilidades de controle do sistema da dívida ativa, mas as providências possíveis já foram adotadas. A própria auditoria reconhece que a adoção de outras medidas demanda recursos de que não dispomos. 5. Por todo o exposto, não posso deixar de refutar, veementemente, as assertivas contra a unidade da PFN em São Paulo e peço que se corrija, adequadamente, a injustiça praticada, até porque a nota publicada na edição de 2/12 ("Outro lado') não restaura a verdade e repete informação inverídica, uma vez que a auditoria (solicitada por mim, repita-se) não apontou nenhuma fraude."
Manoel Felipe Rêgo Brandão, procurador-geral da Fazenda Nacional (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fabio Schivartche, do "Painel" - As notas basearam-se em auditoria da Controladoria Geral da União que apontou "volume considerável de pagamentos inexistentes, registrados de modo manual e fraudulentamente no sistema da dívida ativa". O subcontrolador, Jorge Hage, confirmou as informações e disse que a Procuradoria da Fazenda Nacional em São Paulo nada fez para que a Receita liberasse os dados solicitados.

Ditador
"Reporto-me ao texto "Lula planeja reunião de cúpula com árabes" (Brasil, 3/12), que se refere ao presidente da Síria, Bashar al Assad, como "ditador". Meu avô era sírio, de Homs, cristão maronita, casado com uma libanesa. Veio para o Brasil trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Rondônia. De lá, migrou para Minas Gerais e, depois, para o Rio Grande do Sul. Muitos cidadãos brasileiros têm origem semelhante e se incomodam profundamente ao ver o modo preconceituoso como muitos se referem a povos que tanto contribuíram para o desenvolvimento do nosso país. Infelizmente ainda estamos longe de compreender a cultura dos povos do refere a um líder de um país amigo não contribui em nada para o bom relacionamento entre ambos os países nem para melhorar o clima de paz que se busca estabelecer naquela parte do planeta. No fundo, esse tipo de adjetivação tem inspiração judaico-americana e se soma ao clima belicista instalado na região."
Paulo Brum Ferreira (Brasília, DF)

Golã e Hizbollah
"Em sua recente visita à Síria, Lula anunciou que o Brasil irá votar na ONU a favor da resolução que exige a devolução das colinas de Golã à Síria. Fica uma pergunta no ar: será que Lula também vai exigir que a Síria pare de financiar e apoiar grupos terroristas como o Hizbollah, que, diariamente, atira foguetes contra a população civil do norte de Israel, foguetes que também mataram, em outubro, no sul do Líbano, o garoto brasileiro Ali Nader Yassine, de apenas 5 anos, e provocaram a amputação da perna do seu irmão, Ahmed Nader Yassine, de apenas 4 anos?"
Gustavo Erlichman (São Paulo, SP)

Labirinto e luz
"Contra a violência, brotam a arte e o testemunho. Na foto da Primeira Página de 4/12, vê-se o vidro estilhaçado por projétil de arma de fogo. Do buraco nasce o labirinto em que estamos metidos neste mundo absurdo e insano. De positivo (?), somente a luz que parece emanar de um outro lado do vidro, pelo mesmo buraco... estúpido."
Marco Antonio Cardoso de Almeida (Salvador, BA)

Previdência
"O senhor "Kid" Berzoini mostrou que é rápido no gatilho quando se trata de reduzir benefícios. Praticamente ao mesmo tempo em que o IBGE divulgou a nova expectativa de vida do brasileiro, a Previdência recalculou a tabela do fator previdenciário -logicamente para baixo-, prejudicando quem se aposentará a partir de agora -6% menos em relação ao mês passado. Gostaria de ver essa agilidade do senhor ministro no pagamento das diferenças dos benefícios que foram calculados erroneamente."
Arnaldo Comerlati (São Paulo, SP)

Dois pesos
"Em 1964, tamanha era a bagunça, foi providencial a intervenção militar. Era catastrófica a situação. Os insatisfeitos tumultuaram o domínio militar e aconteceu aquela revoada para o exterior. Assentada a poeira e normalizada a situação política, todos retornaram ao país. Não obstante os transtornos causados, todos se deram bem, aliás com invejáveis indenizações e, pasme, até isenção permanente do Imposto de Renda. Poderiam, no máximo, contar tempo para efeito de aposentadoria -e só. É difícil explicar o comportamento do governo brasileiro. Uns têm indenizações e privilégios, enquanto outros são tungados pelo INSS, que se "esqueceu de corrigir os valores das aposentadorias."
Humberto Schuwartz Soares (Vila Velha, ES)

Qualidade e quantidade
"Tendo conquistado a duras penas um diploma de curso superior, sou um dos que têm "privilégio". Faço parte da "elite" deste país. Mas os dados divulgados pelo IBGE mostram os aspectos quantitativos de graduados, que são ruins. Há uma proliferação acelerada de cursos superiores de péssimas condições pelo país afora. Ou seja, foi feito pouco. E o pouco que foi feito não tem qualidade. Caberia a nós, educadores, encontrar uma fórmula "mágica" para resolver essa equação de aumento de quantidade com aumento de qualidade. Acredito que esse processo passe primeiramente pela avaliação do aluno, do curso e do professor. O provão foi um bom começo, e espero que ele seja aperfeiçoado, e não apenas extinto."
Adilson Roberto Gonçalves, professor universitário (Lorena, SP)

Texto Anterior: Eunice Ribeiro Durham: É preciso amadurecer

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.