São Paulo, terça-feira, 07 de janeiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Ministro do Trabalho
"Duas coisas chamaram a atenção na entrevista com o ministro do Trabalho, Jaques Wagner, publicada na edição de ontem da Folha. Uma delas é muito positiva e se refere à necessidade de revisar o procedimento em relação aos vistos de trabalho de estrangeiros. Em todos os países, há severas restrições que protegem os empregos dos residentes permanentes. No Brasil, é comum as empresas multinacionais trazerem seus próprios empregados e conseguirem os vistos que permitem o trabalho, às vezes de maneira irregular, sob a alegação de que se trata de cargos especializados de direção. O outro ponto que chama a atenção na entrevista do ministro se relaciona com a sua pretensão de acabar com a multa do FGTS na demissão sem justa causa. Facilitar a demissão de empregados não parece ter sido um dos pontos mencionados durante a campanha de Lula."
Antenor Valério (São Paulo, SP)
 

"O ministro do Trabalho deu uma entrevista que me impressionou. Para acabar com o que ele chama de fraude sobre os 40% de multa na demissão de trabalhadores -embora sem apresentar nenhum dado sobre a magnitude da tal fraude-, o ex-sindicalista propõe o fim da multa simplesmente. A continuar assim, o governo Lula vai conseguir terminar o que Collor e FHC não conseguiram..."
Antônio Carlos Vaz (Guarulhos, SP)

"Quanto pior, melhor"
"Gabriela Wolthers reagiu à minha observação sobre as ameaças ao Brasil e à América Latina, caso a direita jogasse a política do "quanto pior, melhor" ("A esperança venceu o medo?", pág. A2 de ontem). Naquela parte da entrevista que dei a Plínio Fraga -e que ele resumiu muito bem- eu me referia à direita americana (pág. A12 de domingo). Retomando o tema da palestra feita no Council on Foreign Relations, em Washington, disse que a situação grave da América Latina também abre uma margem de manobra para o o governo brasileiro. Por maiores que sejam as restrições a Lula e ao PT, se a direita americana resolvesse empurrar o governo brasileiro contra a parede, abrir-se-ia uma grave crise no país, juntando em um só espaço e tumulto sul-americano a crise amazônica, lavrando na Colômbia e na Venezuela, à crise austral, que sacode a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Não estava me referindo à atual oposição brasileira, mesmo porque no Brasil ninguém pretende ser de "direita"."
Luiz Felipe de Alencastro, professor de história do Brasil na Universidade de Paris 4 (Paris, França)

Ciência e tecnologia
"Muito esclarecedor o artigo de Carlos Henrique de Brito Cruz ("Ciência forte, desenvolvimento incipiente", "Tendências/Debates", 30/12). Fica claro que o investimento realizado pelo Estado tem apresentado resultados muito satisfatórios do ponto de vista da pesquisa científica e acadêmica. Entretanto temos pagado um custo excessivamente alto pelo atraso no desenvolvimento de tecnologias, fundamental para alavancar o crescimento econômico do país. Se, nos países avançados tecnologicamente, o desenvolvimento é realizado basicamente nas indústrias, por que no Brasil as empresas investem tão pouco em pesquisas? Será que faltam recursos, falta uma política industrial consistente ou elas não têm necessidade de investir? As três possibilidades podem ser verdadeiras. Com um mercado consumidor pouco exigente, de baixo poder aquisitivo, para que investir em produtos tecnologicamente avançados? Somente um mercado mais competitivo, com consumidores de maior poder aquisitivo e mais exigentes, obriga as empresas a fazer o investimento de risco que o desenvolvimento científico e tecnológico exige. Por causa da pobreza, o país não cria novas tecnologias. E, não se desenvolvendo tecnologicamente, continuará pobre (e com fome). Assim, caberá ao novo governo quebrar esse círculo vicioso."
Oscar Hipólito, pró-reitor acadêmico da Uniban -Universidade Bandeirante de São Paulo (São Paulo, SP)

Combate à fome
"A distribuição do cupom magnético de R$ 50,00 no Piauí para a compra de alimentos não é um bom sinal. Todos esperamos que o Programa Fome Zero não se resuma a simples repeteco de políticas compensatórias que já conhecemos. Distribuir alimentos é necessário, mas é preciso também, ao mesmo tempo, realizar ações de inclusão social."
Ildes Ferreira de Oliveira (Feira de Santana, BA)

PT no poder
"Brilhante como sempre o comentário de Otavio Frias Filho (edição de 2/1, pág. A2). Mostra claramente o pensamento do novo presidente -tentar agradar a todos sem desagradar ao PT. Após tantos anos na oposição, muitas vezes sem sentido e apenas sendo oposição por ser, esse novo capitulo na história do PT vai ser muito difícil de resolver. Vamos esperar para ver se o quem vem por ai é bom ou ruim."
Antonio Jose G. Marques (São Paulo, SP)

Revolta de contribuinte
"Como contribuinte, fico indignado com a facilidade com que se aplicam novos impostos e com a dificuldade em aprovar uma reforma tributária."
Clovis Miler Cardoso (São Paulo, SP)

Desafios na Justiça
"O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, é advogado acostumado a aceitar desafios e a enfrentá-los sempre com muita habilidade e competência. A tarefa que o aguarda é difícil, agravada pela escalada do crime organizado, com o envolvimento de autoridades policiais e agora inclusive com suspeitas na instância superior do Judiciário. Isso exigirá e colocará à prova o seu inegável talento profissional. Boa sorte, ministro."
Elcio Martins (São Paulo, SP)

Combate à corrupção
"Ao assumir a Presidência, Lula está confirmando de vez a democracia por nós sonhada. Porém, para realizar um governo digno, Lula deve ter como princípio básico o combate à corrupção. O Brasil seria um país mais justo e respeitado se a corrupção fosse banida para sempre, em todas as esferas."
Guilherme Bussine (São Paulo, SP)

Educação integral
"É preciso que pensemos cada vez mais no homem como um ser integral. Creio que as escolas e demais instâncias formadoras devam investir em uma formação humanista, e não somente tecnicista, em que o jovem possa recuperar a sua história e reconhecer-se, para, dessa forma, conhecer a sociedade em que vive."
Adriana de Andrade Gomes (Rio de Janeiro, RJ)

Gestão Marta
"Nos últimos dois anos, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, revelou-se um clone de Pitta no que de mau caracterizou o ex-prefeito. Relações e interesses mal explicados em sensíveis pontos da administração da cidade -lixo e transporte público-, manipulação despudorada da cupidez da maioria dos vereadores, insensibilidade social no aumento de impostos e taxas."
Alexandre de Macedo Marques (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Audi do Brasil (São Paulo, SP); Telma de Souza, deputada federal pelo PT-SP (Santos, SP); Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (São Paulo, SP); Erika Balbino, Maison de la France (São Paulo, SP); Jayme Blay, Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Fundação Dom Aguirre (Sorocaba, SP); Advocacia Cesar Augusto Nardi Poor (São Paulo, SP); Lélis Miranda de Sales (Caçapava, SP)


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