SÃO PAULO - Cochichos e afagos a Lula à parte, a avaliação que Fernando Henrique Cardoso faz de seu sucessor está longe de ser positiva. "Eles viviam me criticando por, supostamente, não ter um projeto. Mas são eles que não têm", diz o ex-presidente a amigos com frequência. FHC acha que Lula tem, de fato, uma elevada sensibilidade política. "Se ele entrasse nesta sala agora, rapidamente se enturmaria e participaria da conversa adequadamente. Mas é só. Projeto que é bom, não há", é o núcleo de sua crítica. Crítica, aliás, que FHC estende a quase todos os mandatários ibero-americanos que ouviu durante recente Cúpula Ibero-Americana. Com exceção ao chileno Ricardo Lagos, Fernando Henrique é impiedoso no julgamento de seus ex-colegas, pelo excesso de retórica vazia e por suposta (ou real) falta de entendimento do mundo. Quem ouve as avaliações de FHC, sai com uma certeza: ele só não será candidato à Presidência em 2006 se Lula ainda estiver de bem com a opinião pública, o que tornaria quase impossível derrotá-lo.

 

Parece inteiramente inverossímil a avaliação do governo norte-americano de que o presidente venezuelano Hugo Chávez está conspirando com Fidel Castro para criar anti-americanismo na América Latina.
Inverossímil, mas perigosa: há informações de boas fontes segundo as quais a oposição não conseguiu as assinaturas necessárias para que seja convocado o plebiscito destinado a abreviar eventualmente o mandato de Chávez.
Mas o maciço domínio da mídia pela oposição fez com que circulasse a versão oposta. Se a justiça eleitoral não aceitar as assinaturas como suficientes, está armado o cenário para acusar o presidente de ditatorial.
A oposição venezuelana não precisa dos EUA para fazer tal jogada, mas, estimulada por esse tipo de avaliação, torna-se mais ousada.


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