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RISCO NAS BOLSAS
O Federal Reserve (banco
central dos EUA) tem mantido
a taxa de juro básica em 1% como
forma de se contrapor à desaceleração econômica relacionada com os
efeitos da desvalorização de ativos
mobiliários após o fim da bolha da
"nova economia", em março de
2000. A política do Fed parece estar
impulsionando uma revalorização
das Bolsas. Descontando-se a inflação esperada para o próximo ano, a
taxa de juros em títulos do Tesouro
dos EUA é de apenas 2,5%. Isso reduziu a aversão ao risco e dirigiu investidores para o mercado acionário.
A alta tem sido forte. O índice Standard & Poor's 500, da Bolsa de Nova
York, por exemplo, ascendeu 46%
desde março de 2003. Entretanto, é
disparatada a relação entre os preços
das ações negociadas e os lucros das
corporações. Segundo, Robert Shiller, professor da Universidade Yale,
essa relação estaria mais de 70% acima da média histórica, o que lança
dúvidas sobre o futuro.
Os mais otimistas acreditam que o
aumento da lucratividade das empresas, associada com a introdução de
progressos técnicos e os elevados ganhos de produtividade, validará as
cotações das ações. É verdade que os
lucros das corporações americanas
aumentaram 9,9% no terceiro trimestre de 2003 (último dado disponível) e o volume de lucros em relação ao PIB ultrapassou 10,1% no terceiro trimestre de 2003, superando a
média histórica de 8,4%.
De todo modo, a sustentabilidade
desses movimentos, garantindo a
permanência de alto retorno para o
capital corporativo, parece exigir elevadas taxas de crescimento econômico. Isso requer um "boom" de investimento, que ainda não se configurou. Entre o terceiro e o quarto trimestre de 2004, os investimentos em
equipamentos e software caíram,
bem como as vendas finais de computadores. Os gastos em estruturas
industriais também recuaram no
quarto trimestre. É um quadro, portanto, que inspira cautela. Há riscos
de a valorização excessiva das Bolsas
-que seria uma bolha- desencadear uma correção de preços.
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