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GUERRA SEM FIM
Depois de uma trégua de dois
meses, o terror palestino voltou a atacar em Israel. Desta vez, um
homem-bomba explodiu um ônibus
em Haifa -cidade do norte do país,
conhecida pelas boas relações entre
judeus e muçulmanos-, matando
pelo menos 15 pessoas e deixando
cerca de 50 feridos. A resposta israelense não tardou. Uma incursão do
Exército em campo de refugiados em
Gaza deixou pelo menos 11 palestinos mortos e dezenas de feridos.
Apesar de os dois lados darem a
impressão oposta, a solução militar
para o conflito é inaplicável. Nem israelenses eliminarão os palestinos,
nem palestinos empurrarão os israelenses para o mar. Os dois povos seguirão vivendo lado a lado, em guerra, como hoje, ou em paz, como a
maioria das duas populações deseja.
E o tempo, neste caso, trabalha para piorar as coisas. Relatório divulgado pelo Banco Mundial mostra que,
desde o início da nova Intifada, a revolta palestina contra a ocupação israelense, em setembro de 2000, o número de palestinos pobres triplicou.
Passou de 21% da população para
60%, em dezembro de 2002. Essa catástrofe econômica, como é evidente,
apenas contribui para fomentar o
sentimento de indignação e desespero que transforma alguns jovens palestinos em terroristas suicidas.
Para que essa situação possa ser revertida e a paz, restabelecida, é preciso que os líderes das duas partes estejam realmente dispostos a negociar. Infelizmente, não é o que acontece hoje. Cada lado culpa a liderança
do outro pelo colapso das conversações e não se empenha muito em recriar o ambiente para a retomada do
diálogo. Para o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, o presidente
da Autoridade Nacional Palestina,
Iasser Arafat, é um terrorista incorrigível com o qual não se pode conversar. Para Arafat, Sharon não passa de
um general truculento responsável
por inúmeros massacres.
Enquanto Sharon e Arafat -ou outros que venham a substituí-los-
não tiverem a grandeza de remir o
passado e sentar-se à mesa de negociações, o Oriente Médio não conhecerá a paz, para desespero cada vez
maior de dois povos aterrorizados.
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