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São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Cultura
"Em relação à carta "Cultura" publicada nesta seção em 4/2, gostaria de fazer um esclarecimento à leitora Tatiana Araújo. Meu artigo "Fome de quê?" foi escrito para responder a texto do poeta Regis Bonvicino, que comentava meu discurso de posse. Dizia o poeta que a política cultural não deveria ambicionar a inclusão social. Respondi-lhe que a atuação do Estado nesse campo deve, sim, buscar a extensão dos bens culturais a todos, seja como fruição, seja como produção. Não pretendi, em nenhum momento, dizer que a gestão anterior não havia feito trabalho semelhante. Ao contrário, como afirmei no discurso, considero que a gestão de Marcos Mendonça tenha feito importante trabalho de inclusão cultural, destacadamente por meio do projeto Guri e das oficinas culturais, que, aliás, estou mantendo e expandindo."
Cláudia Costin, secretária da Cultura do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Trote
"A USP lamenta profundamente o trote ocorrido no campus de Pirassununga e esclarece que já instaurou sindicância para apurar os fatos, identificar -se possível- e responsabilizar os envolvidos no evento. Esclarece também que, há muitos anos, vem tomando uma série de providências para coibir o trote violento, lastimavelmente entranhado não apenas na cultura universitária mas na da sociedade como um todo. Foi por meio de uma dessas providências -o disque-trote, cujo número de telefone foi amplamente divulgado e oferecido a cada calouro no momento da matrícula- que a Ouvidoria Geral da USP foi imediatamente informada e pôde então tomar as medidas administrativas cabíveis. Outras ações contra o trote e a favor de uma recepção acolhedora aos ingressantes são realizadas, como 1) campanha em todas as unidades, envolvendo cartazes, outdoors, painéis, cartões e diferentes estímulos para as unidades e centros acadêmicos que melhor organizem a semana de recepção e 2) divulgação da portaria que proíbe o trote violento, que existe desde 1996. Ainda que a Universidade de São Paulo priorize ações de caráter educativo e preventivo, os eventos violentos são tratados na forma estabelecida em seu Estatuto, em seu Regimento e nas demais disposições legislativas em vigor. No caso do trágico acontecimento da Faculdade de Medicina, em 1999, a comissão sindicante então designada concluiu que os dados colhidos não sustentavam -nem como provas, nem como indícios- a ligação de alguém com a ocorrência relativa a Edson Hsueh. Mas apurou a participação de quatro estudantes em atos de constrangimento incompatíveis com a dignidade universitária. Com base nisso, contra eles foi instaurado processo administrativo disciplinar que -não obstante considerações sobre a eventual aceitabilidade de tais atos, as quais não foram, nem poderiam sê-lo, acolhidas pela Reitoria- culminou na aplicação de penalidade administrativa aos quatro estudantes, a quem aqueles atos foram comprovadamente imputados. Compromissada desde sempre com a luta contra o trote violento, a Universidade de São Paulo agradece a manifestação desse jornal assim como outras manifestações que possam contribuir para debelar a violência e a cultura de violência existentes na sociedade brasileira. Mas encarece a necessidade de as informações prestadas à população reproduzirem a verdade dos fatos, bem como de não se limitarem à dimensão negativa dos atos violentos, senão de abrangerem, também e com o mesmo destaque, as ações que visam a desestimular -e vêm desestimulando- a prática desses atos."
Sonia Teresinha de Sousa Penin, pró-reitora de graduação da USP (São paulo, SP)

Grampos
"A Folha de 4/3, na pág. C7, traz a história de Etevaldo, Maria e José Raimundo, um triângulo amoroso ("Marido leva 2 tiros do amante da mulher'). José Raimundo atirou em Etevaldo, marido de Maria. O que realmente me intrigou não foi o motivo que levou José Raimundo a atirar em Etevaldo, embora o mais comum em histórias desse tipo seja o marido sair matando a todos. O que ainda me incomoda é descobrir a razão pela qual a Folha não disse que José Raimundo era namorado de Maria. Tachou-o de amante, sem meias palavras. Por que o tratamento da Folha é tão diferente quando se olha o caso do senador baiano e o de um pobre cidadão? ACM teve uma amante e é suspeito de ter mandado colocar escutas no telefone do marido dela. José Raimundo, sem o poder de ACM, mandou bala em Etevaldo. Cada um usou a arma que tinha. Mas seria ledo engano acreditar que a arma de ACM fosse menos nociva do que a de José Raimundo, apesar de menos letal. Como é engano acreditar que a Folha dê, como recomenda o "Manual", o mesmo tratamento a pessoas tão diferentes -a um senador e a uma pessoa cuja profissão nem sequer foi citada. Foi a história de Etevaldo que me permitiu manifestar um desconforto com um tratamento privilegiado. E privilégios são coisas que ACM, pelo menos pela sua história recente, não faz por merecer."
Simão Pedro Marinho (Belo Horizonte, MG)

Rádio
"Quanto ao teor da reportagem "Os bastidores da crise na Brasil 2000" (Ilustrada, pág. E2, 5/3), gostaria de esclarecer que não existe a possibilidade de arrendamento da rádio Brasil 2000. É lamentável que esse esclarecimento precise ser feito por meio do "Painel do Leitor", uma vez que, na sexta-feira passada (28/2), a Brasil 2000 foi procurada pela repórter da Folha e já naquela ocasião deixou claro que as informações não passavam de boato. Fico, portanto, perplexo com o destaque dado por esse jornal a informações sem nenhum fundo de verdade, negadas por ambas as emissoras envolvidas e descritas de maneira, no mínimo, curiosa pela reportagem como uma "história que circula nos bastidores das duas rádios com detalhes impressionantes". Esse tipo de conduta é um desserviço ao leitor da Folha."
Gabriel Mário Rodrigues , diretor-presidente da rádio Brasil 2000 (São Paulo, SP)

Salários
"Nenhum dos assessores de Paulo Maluf tem salário a receber, como está na nota "Economia forçada" ("Painel", Brasil, pág. A4, 5/3). Quanto à secretária de Paulo Maluf, Olga Nicastro, ela é funcionária pública aposentada da Prefeitura Municipal de São Paulo, onde durante 30 anos prestou relevantes serviços."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Solução?
"Durante oito anos, o governo federal reajustou o salário dos servidores inativos em apenas 3,5% -contra uma inflação de mais de 100% no período. Ou seja, o salário pago pela Previdência está valendo a metade do que valia. Será que haverá alguma reforma da Previdência mais catastrófica para o servidor público do que a reforma disfarçada em congelamento de salário? O violento arrocho não serviu para colocar o país nos trilhos. Vai chegar o dia em que o salário será o empecilho final. A escravidão será a solução?"
Durval Tavares (São Paulo, SP)


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