São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Bingos
"Ontem o dia amanheceu com Paulinhos, tucanos, pefelistas e parlamentares de esquerda e de direita festejando a derrota que impuseram ao governo. Que felicidade! Ninguém pensa nas conseqüências da liberação dos jogos de azar e da promíscua ligação destes com o crime organizado. Vale tudo, desde que seja para desmoralizar o governo."
William Antonio Menezello Thorlay (Santo André, SP)

 

"É estranha a obsessão do governo em querer manter os bingos fechados. A reabertura dos bingos, para o bem ou para o mal, pode devolver os empregos de milhares de trabalhadores que se encontram numa situação de desespero -ainda mais numa época de crise como a atual. O governo alega que os bingos dilapidam ainda mais os parcos rendimentos das camadas mais pobres da população. Se a intenção realmente é essa, por que o governo não bane de uma vez todo tipo de jogo no Brasil, inclusive as loterias oficiais? Ao não permitir que a iniciativa privada também participe desse ramo do comércio, o governo assume uma posição monopolizadora e anticapitalista."
Aurélio Nunez Rolan (São Paulo, SP)

Carne de jumento
"Jumentos capturados no NE vão virar comida na mesa de estrangeiros" (Cotidiano, 5/5). Fiquei chocado quando li essa notícia na Folha. Será que a ganância do ser "humano" (?) não tem limites? Depois de tão explorados, agora esses pobres animais vão virar comida para estrangeiros. Não seria a hora de brecar essa indústria da carne e de fazer um programa de controle populacional desse animal, que tanto ajudou o povo brasileiro? Indignado e envergonhado de pertencer à espécie humana, peço ao senhor ministro da Agricultura que pondere e não libere o abate desses que, um dia, foram os animais mais importantes para os nordestinos."
José Antonio Rey (São Paulo, SP)

Mínimo e memória
"Diante das reclamações da oposição pelo irrisório aumento do salário mínimo, o senhor José Genoino saiu em defesa do PT, afirmando que a oposição (entenda-se PSDB e PFL) não tinha memória, já que pouco fez a respeito do assunto durante seus oito anos de governo. O senhor Genoino está certo, mas só se esqueceu de que "memória" não tem sido o forte do PT desde que assumiu a Presidência da República. Se fosse citar todos os casos de "amnésia petista" relativos às promessas eleitorais, o espaço do "Painel do Leitor" não bastaria. Acredito que seja mais apropriado dizer que "memória" nunca foi o forte de nossos políticos, que parece estarem necessitando de altas doses de fosfato pós-eleitoral."
Luigi Petti (São Paulo, SP)

Surfe
"Aplausos para o colunista Elio Gaspari pelo brilhante artigo "Os tucanos viraram surfistas de ruína" (Brasil, 5/5). Penso que ainda seja muito cedo para que o PSDB já tenha encontrado um discurso que convença o eleitorado a sentir saudades da sua administração. Por enquanto, só resta mesmo surfar nas falhas da administração do PT, ou seja, torcer para que o PT faça pior do que eles fizeram. Só assim terão sucesso em uma próxima eleição. Será que esse é melhor caminho para o país?"
Neuton Luiz Ramos de Melo (Formoso do Araguaia, TO)

Cotas
"O artigo do senhor Timothy Martin Mulholland ("Ações afirmativas: as razões da UnB", "Tendências/Debates", pág. A3, 5/5), vice-reitor da Universidade de Brasília, a respeito da adoção do sistema de cotas na UnB, é absolutamente incompreensível, pois se utiliza de dados econômicos para justificar a adoção de um tribunal racial, como já havia alertado a Folha em editorial de 2/5. Muito mais eficiente seria adotar critérios quantificáveis, como renda ou estudos em escolas públicas, que seriam retratos fiéis da desigualdade. Nesse absurdo processo, poderemos ter a inclusão de pessoas ricas e negras nas cotas e, ao mesmo tempo, a exclusão de pessoas pobres não negras. Caso a UnB insista nessa absurda idéia de cotas raciais usando a identificação fotográfica, sugiro ao IBGE que exclua a auto-declaração no censo e que envie 170 milhões de fotos para que a UnB proponha a nova classificação racial brasileira."
Benjamim Lima Júnior (Brasília, DF)

Corrupção
"A lei 9.840, de 1999, de iniciativa popular, fruto de enorme mobilização da sociedade, permite a cassação de políticos que se tenham valido de corrupção para a eleição. Com fundamento nela, já foram cassados mais de 70 prefeitos. Coíbe-se, assim, a compra de votos. Eis que, agora, exatamente quando se iniciam as campanhas para as eleições municipais, o senador Cesar Borges, do PFL da Bahia, apresentou projeto para a revogação da dita lei. Se assim for, os procedimentos de cassação jamais chegarão ao final em tempo de tornar efetiva a punição dos políticos que não honram seus mandatos e só haverá cassações quando não mais couberem recursos das decisões judiciais. Não podemos permitir um retrocesso de tal gravidade nem aviventar as práticas inescrupulosas e os currais eleitorais."
José Osório de Azevedo Júnior, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia (São Paulo, SP)

Decadência dos impérios
"Há algum tempo, historiadores e filósofos escrevem sobre os sinais da decadência do "império" americano. Lendo reportagem publicada no caderno Ciência em 4/5 ("Domínio dos EUA em pesquisa está caindo'), é possível observar que a perda da "liderança mundial" é uma questão de tempo. Os EUA já têm concorrentes à altura em pesquisas e em publicações científicas, que dão enorme resultado financeiro devido às patentes. Se todo o dinheiro gasto pelos EUA nas últimas décadas em guerras e na sua obsessão por ser a polícia do mundo tivesse sido investido em mais pesquisa, talvez a história fosse outra. Talvez os EUA já tivessem até inventado um substituto para o petróleo. Que sirva de lição para o próximo "império"."
Aurélio Nunez Rolan (São Paulo, SP)

Urbanização
"Em relação à carta "Obras em São Paulo", publicada nesta seção em 3/5, a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) informa que sempre teve conhecimento das interferências no solo. O projeto teve de ser ajustado, em parte, pelo fato de as concessionárias e autorizatárias de serviços públicos não terem removido suas interferências, arcando com os custos, conforme estabelece a lei municipal 13.614, de 2/7/2003. A TelComp, associação que reúne empresas concessionárias e autorizatárias desses serviços, está pleiteando na Justiça que suas associadas não paguem pelas remoções. Enquanto, com o aditamento, a discussão segue na Justiça, a prefeitura garante que as obras continuem e sejam concluídas no prazo sem que haja interdição da avenida Faria Lima por tempo indeterminado."
Marilu André, assessoria de comunicação da Empresa Municipal de Urbanização (São Paulo, SP)

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