São Paulo, terça-feira, 07 de junho de 2005

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Corrupção
"Milhões de cidadãos apostamos no PT nas últimas duas décadas por diversas razões. Primeiramente, em busca de democratizar o Brasil e de afastar a excrescência militar. Posteriormente, para forçar o aperfeiçoamento do sistema político, denunciando e protestando sempre que necessário. Por fim, conquistado o poder maior, esperávamos criatividade, ousadia e coragem de um plano de governo factível, nacional e socialmente responsável, consentâneo com a história política do partido. Especialmente um plano de combate sem tréguas aos males da República e à corrupção em particular. Isso não ocorreu. Pior. A entrevista com Roberto Jefferson revela algo que transforma os eleitores em ingênuos patetas, pois há muito houve a subordinação passiva da maioria petista -quem sabe alegremente- às perversidades da nossa vida política. O PT começou a definhar no dia de anteontem talvez de forma irremediável."
Zander Navarro (São Paulo, SP)

 

"A entrevista exclusiva com o tal Roberto Jefferson nos conta mais sobre os métodos da clePTocracia. Esse é o governo dos que antes posavam de corregedores da humanidade. CPI já!"
Carlos A. Idoeta (Santana de Parnaíba, SP)

 

"A vingança é um prato que se come frio! E não é que, muitos anos após ter dado o seu voto contra o impeachment de Collor e de dizer na hora a José Genoino que um dia o PT poderia passar por aquilo, o escudeiro collorido Jefferson se vingou dando essa entrevista bombástica, que deverá ser a pá de cal nas pretensões de reeleição de Inácio Lula, o deslumbrado. Quem diria?"
Luiz Roberto Bar Mendes (Ibiá, MG)

 

"Os políticos estão carecas de saber como começa uma CPI, mas não fazem a mínima idéia de como ela termina. É uma extraordinária sandice o governo imaginar que seria fácil enterrar a CPI dos Correios. Há tanta sujeira na engrenagem que, apertando uma peça, se espanam as outras. O difícil é aturar as declarações teatrais de inocência, a posição de vítima perseguida, as ameaças claras e veladas feitas diretamente ou por meio de emissários etc. Cadeia já para corruptos e fraudadores do erário."
Hélio Martins (Barueri, SP)

 

"Que alívio para o governo Lula! O fórum a ser encenado em Brasília é o Fórum Global "sobre" a Corrupção. Imaginem o forrobodó se fosse um Fórum Global "contra" a Corrupção. Os companheiros podem estar sossegados: "a luta continua..." à vontade."
Alexandre de Macedo Marques (São Paulo, SP)

 

"Eu bem que avisei: político é tudo igual!" Tenho ouvido com freqüência afirmações como essa e já estou me convencendo de que, realmente, não tem jeito, é assim mesmo. É óbvio que nem todos estão na vala comum. Só que, naquilo que realmente interessa, os desiguais não fazem a menor diferença. Teremos eleições no ano que vem, e o que aparece como opção? Aqueles mesmos espertinhos que estiveram no poder até outro dia. Tá difícil."
Teotimo Júnior Lara (Belo Horizonte, MG)

Obras no Tietê
"Em sua edição de ontem, a Folha informou que um dos contratos da obra na calha do Tietê teve aditivo de 148% ("Contrato para obra do Tietê sobe 148%", Cotidiano) e que o TCE contesta o contrato feito com a empresa gerenciadora. Embora haja informações corretas, as conclusões da reportagem estão erradas. 1. As obras no Tietê têm financiamento do JBIC, o banco japonês de cooperação internacional. As obras da fase 1 gastaram muito menos do que o previsto graças à economia e à boa gestão feita pelo governo de São Paulo e à valorização do iene diante do real. Por isso o JBIC concordou em que a sobra de recursos fosse usada para o início da fase 2 da obra. 2. Na época, o banco fez, por escrito, a recomendação de que, para a segunda fase, fosse feita a contratação direta das mesmas empresas que haviam feito o projeto e o gerenciamento da primeira fase uma vez que elas tinham conseguido excelente performance e que as obras tinham terminado no prazo e foram feitas por preço menor do que o previsto. O financiador entendia que se tratava do mesmo contrato, o BZP 10, e não de contrato novo. 3. Esse entendimento foi, de fato, contestado pela 1ª Câmara do TCE, mas ainda não teve julgamento conclusivo. O caso ainda será julgado pelo pleno do tribunal, que certamente acatará o entendimento de bom senso: trata-se de um contrato para o qual projetistas e gerenciadores já haviam sido escolhidos por licitação. Para melhor aproveitamento do dinheiro público, não faria nenhum sentido licitar novos projetistas para complementar o que já estava feito e ainda contrariar o organismo internacional que financia a obra -que, nesse caso, estava financiando 100% dos custos. 4. A conclusão sobre os aditivos também não está correta. Na fase 2, o lote 1 teve aditivo de 19,93%; o lote 2 teve aditivo de 12,51%; o lote 3 teve aditivo de 19,92%; o lote 4 teve aditivo de 11,42% e o lote 5 vai terminar com custo menor do que o previsto. O aditivo de projeto de todos os lotes foi de 15,06%. Sobre o custo total da obra, os aditivos não chegam a 19%. Estão dentro do que prevê a lei (25%) e se justificam pelo aumento das quantidades e pelo atraso na obra, decorrente de disputas judiciais. 5. Quanto ao aumento de 148% nos custos de gerenciamento, o jornal deixou de esclarecer que somam apenas R$ 27 milhões em quase R$ 900 milhões, ou seja, 3%. E que esse aumento se deve à implantação de mais equipes de fiscalização da obra. As equipes de topografia e fiscalização, por exemplo, dobraram. E as atividades, inicialmente previstas para 30 meses, em contrato, agora se estenderão por 45 meses. 6. A Folha misturou números relativos aos custos da obra. Os lotes de 1 a 4, na fase 2, custarão R$ 688 milhões. Somente somando os custos do lote 5 com os custos de projeto e gerenciamento é que o custo sobe para R$ 729 milhões. O jornal também omitiu que R$ 200 milhões são fruto de correção, uma vez por ano, como qualquer contrato neste país, para cobrir a inflação do período. 7. É importante que haja essa distinção. Uma divergência formal, como a levantada pela 1ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado, não pode transformar-se numa insinuação de má gestão. Se estudar a fundo a questão, a Folha concluirá que as obras no rio Tietê estão sendo geridas de forma correta e vantajosa para o povo do Estado de São Paulo."
Roger Ferreira, secretário de Comunicação do Estado (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Alencar Izidoro - A reportagem apenas apresentou informações e dados passados oficialmente pelo DAEE e pelo TCE -que julgou dois dos contratos irregulares em 2004. Os argumentos levantados na carta foram relatados no texto. O jornal também informou que os R$ 200 milhões acrescidos ao valor global se referem a reajustes previstos em contrato.


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