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VALDO CRUZ
Ligações perigosas
BRASÍLIA - Parodiando Luiz Inácio Lula da Silva, nunca neste país
um presidente teve tantos amigos e
parentes envolvidos ou citados em
escândalos durante seu período à
frente do governo.
A lista é enorme. Alguns andam
esquecidos dada a avalanche de
operações da Polícia Federal. Não
custa relembrá-los.
Delúbio Soares, ex-tesoureiro petista, jogador de peladas ao lado de
Lula e fornecedor de charutos em
momentos que exigiam discrição.
Foi abatido pelo mensalão.
Silvio Pereira, o ex-secretário-geral do PT, dono da planilha de partilha de cargos do governo Lula no
primeiro mandato. Outro atropelado pelo mensalão.
Paulo Okamotto, amigo de longa
data, pagava as contas do presidente sem que ele pedisse. Sobreviveu
ao bombardeio da CPI do Fim do
Mundo e submergiu.
Jorge Lorenzetti, churrasqueiro
oficial de Lula. Transformou-se
num aloprado depois de a PF apontá-lo como um dos responsáveis pela tentativa de compra de um dossiê
contra os tucanos.
Oswaldo Bargas, amigo dos tempos de sindicalista. Outro que o próprio Lula classificou de aloprado
pelo suposto envolvimento no dossiê contra Geraldo Alckmin e José
Serra em 2006.
Há os petistas ilustres, íntimos de
Lula, derrubados no primeiro mandato: José Dirceu, José Genoino,
Luiz Gushiken, Antonio Palocci. E
casos controversos, como o do filho
Lulinha e a Telemar na sociedade
da Gamecorp.
Agora, a lista foi coroada com Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão
do presidente, e o compadre Dario
Morelli Filho, atingidos pela Operação Xeque-Mate.
Nem todos são culpados, é bom
dizer. Contra alguns não surgiram
provas. Outros ainda estão sendo
processados. Sintomático, contudo,
que um presidente tenha tantos
amigos enrolados. A priori, não pode ser condenado por isso. Mas bem
que poderia selecionar melhor suas
companhias.
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