São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2005

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Ciência
"Na edição de 3/9, a Folha publicou a reportagem "Governador louva eugenia em artigo" (Ciência). Tudo se deve a erro de interpretação por parte de outros articulistas com o objetivo claro de distorcer o que realmente foi colocado. Quero, a respeito dos comentários feitos por políticos e cientistas renomados, dizer que, como ministro da Ciência e Tecnologia, cargo que exerci de 1987 a 1988, ou como governador do Estado de Santa Catarina, tenho dado todo o apoio ao campo da ciência e apoiado sobremaneira o campo das pesquisas."
Luiz Henrique da Silveira, governador de Santa Catarina (Florianópolis, SC)

Indignação
"Indignação foi o que senti ao ler o artigo "O fuzilamento político" (pág. A3, 6/9), do senhor José Dirceu, o mais inocente dos políticos atuantes. Esse senhor não tem o direito de menosprezar a inteligência das pessoas, pois é notório a qualquer vivente que a posição política ocupada por ele, tanto no governo como no partido, não possibilitaria alegar ignorância dos fatos. A própria ignorância alegada por ele para justificar sua inocência lhe dá culpabilidade. Indignar-se é o que resta aos brasileiros?"
Maria Celeste Antunes Roiuk, professora aposentada (Campinas, SP)

Asfixia paralisante
"Não dá para entender as críticas que o projeto de permitir propaganda nos uniformes escolares está gerando entre alguns leitores. Basta ir a qualquer lugar da cidade para ver um desfile de propaganda nas roupas dos jovens. Marcas como Nike, Adidas, Speedo, Lacoste, Zoomp e dezenas de outras estão escancaradas nas roupas do dia-a-dia -e as pessoas ainda pagam para usá-las. Agora, quando a prefeitura pensa em utilizar um pouco da propaganda para poupar os já escassos recursos públicos, surgem as vozes do contra. Esse tipo de atitude conservadora, de quem está sempre pronto a criticar qualquer tipo de iniciativa, gera uma asfixia paralisante em nossa sociedade. Desse jeito, nunca conseguiremos mudar nada, mesmo que não estejamos satisfeitos com a atual situação. Temos de ser um pouco mais práticos e objetivos. Que se faça a experiência com os uniformes."
Carlos Alberto da Costa Villar (São Paulo, SP)

Assédio
"É estarrecedor saber que estamos tão distantes de um bom ideal de civilização. A reportagem "Assédio sexual no metrô incomoda usuário" (Cotidiano, 5/9) fornece provas de que não estamos em uma democracia. Nossos direitos definitivamente não são iguais. As mulheres ainda não possuem o direito de ir e vir sem serem molestadas. Essa situação só vai mudar quando as mulheres começarem a se defender em bando dos assediadores. Ratos, morcegos, cachorros e rinocerontes tratam suas fêmeas com mais delicadeza do que esses "homens"."
Marilza Siléia Almeida Jota (São Paulo, SP)

Aborto
"As Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro manifestam repúdio às afirmações de dom Luciano Mendes de Almeida no artigo "Pelo direito à vida" (Opinião, 3/9). Dom Luciano não hesita em contribuir para colocar em risco a vida de milhares de brasileiros quando critica a distribuição da pílula do dia seguinte e do DIU e tenta desqualificar o trabalho da Comissão Tripartite, com o objetivo de inviabilizar as ações de políticas públicas na área de direitos reprodutivos que vêm sendo implantadas pelo governo federal. A 1ª Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres, realizada em julho de 2004, em Brasília, recomendou a revisão da lei punitiva do aborto. Estiveram presentes naquela conferência mais de 1.500 mulheres. Todo o processo envolveu a consulta a mais de 120 mil mulheres em todo o país, nas conferências estaduais preparatórias. O Brasil é um país laico, portanto as políticas públicas que regem a vida de toda a população, católica ou não, não podem ser pautadas por crenças e valores religiosos."
Gilberta Soares, secretária-executiva das Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro (João Pessoa, PB)

Fundos
"Como presidente de uma entidade representativa de um sistema que obedece a rigorosas normas disciplinares e que adota práticas reconhecidamente modernas de controle e "compliance", queremos expressar a nossa discordância em relação ao artigo "As macromaracutaias dos fundos" (Brasil, 28/ 8). Entendemos que é chocante imaginar que se possa dedicar a maracutaias e ser capaz de jogar R$ 30 bilhões pela janela um sistema submetido a regras tão estritas de investimento e a tanta fiscalização e controle. Irregularidades podem até ter ocorrido, e devem e podem ser punidos exemplarmente os responsáveis por elas, mas nos parece um exagero imaginar que eventuais desvios possam ter-se convertido em regra em um sistema que dá tantas mostras de se pautar pela transparência e por modernas técnicas de governança. Uma imprensa atenta aos desvios de conduta é uma importante aliada da sociedade brasileira. E prestará um serviço ainda mais relevante se, no lugar de generalizar problemas pontuais, souber distinguir do que é exceção aquilo que é regra, separando o que é relevante do que não é. Uma imprensa assim poderá, por exemplo, prestar um enorme serviço à nação, ajudando a corrigir o erro cometido pelo Senado quando, há quase três meses, deixou de apreciar a medida que criava a Previc -Superintendência Nacional de Previdência Complementar. Resumidamente, a Previc teria dado início a um novo capítulo na trajetória do sistema de fundos de pensão no país, oportunidade que se deixou passar por razões sabidamente políticas."
Fernando Antonio Pimentel de Melo, presidente da Abrapp -Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (São Paulo, SP)

Armas
"Em 3/9, a Folha publicou a reportagem "Para especialistas, entrega de armas não é única razão" (Cotidiano), de Victor Ramos. O repórter ouviu o cientista político Túlio Kahn, que citou o "exemplo" do Estado de São Paulo, onde a redução de mortes por armas de fogo começou em 1999. O interessante é notar que a reportagem omitiu que Túlio Kahn é coordenador de Análise e Planejamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, qualificando-o simplesmente como um cientista político da sociedade civil. Ora, o mínimo de tendência contida no depoimento do suposto "especialista" seria defender o seu próprio trabalho, para não pensar em outras. Que tipo de desinformação sutil a Folha pretende disseminar com atitudes como essa? Imparcialidade jornalística é expor o ponto de vista de Túlio Kahn segundo o que ele realmente representa. Como posso confiar em futuras reportagens de Victor Ramos?"
Lúcio Mazza (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".


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