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MAIS PROPOSTAS
Da parte dos candidatos que
disputarão o segundo turno do
pleito para a Prefeitura de São Paulo,
espera-se que coloquem em primeiro plano os projetos que pretendem
implementar se eleitos. Os últimos
quatro anos foram particularmente
desastrosos para a administração
municipal, o que traz à ordem do dia
a necessidade de um plano viável de
recuperação da cidade que leve em
conta suas altíssimas restrições orçamentárias.
A campanha do primeiro turno não
foi das melhores nesse aspecto. Notou-se na estratégia de Marta Suplicy
(PT) a preocupação de administrar o
favoritismo que todas as pesquisas
lhe conferiam, sem tocar com mais
profundidade em temas mais áridos.
Por seu turno, a campanha de Paulo Maluf (PPB) no primeiro turno começou fazendo alusões estranhas
sobre prisão perpétua, questões de
direito penal e de segurança pública
que fugiam completamente à alçada
municipal. Depois, com o acirramento da disputa pelo segundo lugar, o que deu o tom da disputa na
faixa em que se encontrava o pepebista foram ataques mútuos entre os
candidatos, com o objetivo de desqualificar adversários.
Sob esse aspecto, Maluf não inicia
bem o segundo turno. Em entrevista
a uma TV evangélica de São Paulo,
mencionou Marta Suplicy como
aquela que defende "o aborto e a oficialização da união entre pessoas do
mesmo sexo". Mais um ataque.
Decerto o malufismo está acuado e
desprestigiado como nunca. Afluem
para sua adversária manifestações de
apoio de vários setores representativos da sociedade civil paulistana.
Partidos que outrora tenderiam a
aliar-se a Maluf preferem agora a
neutralidade. Mas o malufismo só
faz reafirmar sua velha face conservadora e intolerante quando envereda por esses caminhos.
É de Paulo Maluf, indiscutivelmente, o maior fardo político deste segundo turno. É ele que deve procurar
convencer o eleitorado que, depois
de oito anos de malufismo e suas
consequências desastrosas, ainda
tem condições de governar a cidade
de São Paulo. O que se espera é que o
faça tão-somente com propostas.
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