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LULA CONTRA SERRA
Depois de um processo de apuração que se iniciou na incerteza sobre se haveria ou não segundo
turno, soube-se que em 27 de outubro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
José Serra (PSDB) disputarão outro
turno eleitoral para decidir qual dos
dois será o sucessor do presidente
Fernando Henrique Cardoso. O petista esteve próximo de sagrar-se presidente eleito ontem. Mas agora novas perspectivas se abrem para o segundo turno.
Um jogo complexo em busca de
alianças começa hoje. O PT deve iniciar a sua peregrinação pelos partidos que historicamente lhe são mais
afins: deve ser prioritária a tentativa
de angariar os apoios de Ciro Gomes
e de Anthony Garotinho. Já José Serra deve partir em busca de uma rearticulação, até onde será possível, da
aliança de partidos que elegeu e sustentou FHC. Nesse caminho, provavelmente tentará reagregar fatias do
PFL, do PMDB e do PTB que se comportaram de maneira hostil ou simplesmente passiva em relação à chapa governista no primeiro turno.
Porém nem mesmo esse caminho
"natural" em busca dos apoios será
tão tranquilo. Nesse quebra-cabeças
eleitoral, será preciso também pensar o comportamento de cada unidade da Federação, em especial as que
contarão com segundo turno para o
governo estadual.
Outro flanco de apoios que tende a
comportar-se diversamente da fase
inicial é o dos empresários e dos representantes do "establishment"
econômico de modo geral. Nos últimos dias, houve notório movimento
adesista para Lula, como se a eleição
já estivesse liquidada. Agora, com José Serra participando da disputa final, é de esperar que muitos desses
apoios se revertam, pois o candidato
governista sempre foi a primeira opção nesse setor.
Além disso, terá início uma dinâmica diferente de campanha: ampliam-se as possibilidades para um
embate franco entre duas candidaturas e para debates mais substantivos.
Depende desse jogo de múltiplas
interações saber se Luiz Inácio Lula
da Silva conservará o favoritismo que
manteve até aqui ou se José Serra
conseguirá reequilibrar a disputa.
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