São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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SURPRESA PAULISTA

O candidato do PPB ao governo do Estado de São Paulo, Paulo Maluf, ficou fora do segundo turno, que será disputado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo postulante petista, José Genoino. Trata-se de uma grande surpresa, afinal, Maluf liderava as pesquisas de intenção de voto até o início de setembro, quando foi superado por Alckmin e praticamente alcançado por Genoino, com quem seguia numa situação de empate técnico.
A derrota de Paulo Maluf é um fato histórico, pois o pepebista participou do turno final de todas as eleições pelo sistema de dois turnos em que concorreu. Diversos fatores devem ter contribuído para a arrancada final de Genoino. A boa votação do candidato do PT à Presidência da República é um deles. Lula deve ter atraído votos para seu colega petista. A tradicional militância do PT, especialmente eficiente na boca-de-urna é outro. É provável também que tenha ocorrido uma espécie de voto útil anticonservador, com eleitores simpatizantes de diversos partidos votando em José Genoino para evitar que Paulo Maluf fosse para o segundo turno. Ao menos parte dos paulistas parece ter preferido apostar no caráter simbólico de deixar Paulo Maluf fora da disputa.
Para além da derrota do candidato pepebista, o confronto entre o governador Geraldo Alckmin e o deputado José Genoino marca a chegada de uma nova geração ao primeiro plano da política paulista. São duas lideranças mais jovens que substituem nomes como o de Mário Covas e o de Paulo Maluf.
Seria precipitado afirmar que o malufismo está morto, mas essa tradicional corrente política paulista sai bastante enfraquecida deste pleito.



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