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AVANÇAM OS PROCESSOS
Há duas leituras a fazer da decisão da Corregedoria da Câmara de recomendar que o Conselho
de Ética processe por quebra de decoro 13 deputados por ligação com o
esquema de pagamento ilegal a parlamentares operado pelo publicitário
Marcos Valério de Souza e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. A primeira é que está em campo, de modo
explícito, um movimento para tentar
livrar uma parcela dos acusados da
perda do mandato. A segunda é que
ninguém com cargo de responsabilidade parece ainda querer ligar seu
nome à fabricação dessa "pizza".
Durante a sessão da quarta-feira,
chegou a circular pelos corredores da
Câmara a informação de que haveria
um acordo para absolver quatro deputados. Ainda assim, e mediante
pressão de partidos a favor das punições, o parecer do relator, o deputado Robson Tuma (PFL-SP), sustentou a abertura do processo por quebra de decoro. O texto foi aprovado
por apenas um voto de diferença.
Mas as conversas sobre o acordo para aliviar número ainda não definido
de deputados prosseguem na Casa.
O fato a ressaltar-para mostrar o
quanto é difícil assumir abertamente
a posição de abrandar a punição de
pessoas envolvidas no "valerioduto"- é o voto do corregedor, Ciro
Nogueira (PP-PI), a favor do parecer
de Tuma. Nogueira, admirador de
Severino Cavalcanti, foi um dos políticos que definiram o segundo turno
da eleição para presidente da Câmara
a favor do governista Aldo Rebelo.
Ou o corregedor se convenceu de que
os seus 13 pares merecem a cassação
ou preferiu não aparecer como o
mentor da impunidade.
De todo modo, batalhas similares
devem ocorrer tanto na Mesa da Câmara (hoje dominada pelo governismo) como no Conselho de Ética
-os caminhos pelos quais os processos têm de passar antes de serem
encaminhados ao plenário, para votação secreta. Por isso que, para a impunidade não prevalecer, é fundamental que a opinião pública se
mantenha vigilante para quaisquer
tentativas de abrandamento no atacado. Apenas assim, o custo de patrocinar uma escandalosa "pizza"
permanecerá altíssimo.
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