|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÚNCIOS GIGANTES
Ao que tudo indica não é apenas
a quantidade de outdoors que
se tem multiplicado na capital paulista mas também suas dimensões.
Anúncios publicitários gigantes tomaram conta das grandes avenidas
de São Paulo. Segundo a Secretaria
Municipal da Habitação, há atualmente cerca de 8.500 outdoors regulares. Destes, 450 seriam peças que
medem mais de 50 m2 na cidade
-bem maiores que os tradicionais
outdoors de 27 m2.
O fenômeno reflete a insuficiência
da legislação que regulamenta os
anúncios na capital. Embora haja
uma quantidade razoável de normas
que definem parâmetros para todo
tipo de sinalização, a legislação que
determina os limites de tamanho de
painéis e cartazes em vias públicas é
excessivamente elástica.
Ao contrário do que seria de esperar, a situação piorou após a aprovação da lei municipal 13.525/2003, que
liberou o uso publicitário das empenas cegas (laterais sem janelas de um
edifício) em diversas regiões e permitiu o aumento da área das imagens
seqüenciais. Além disso, autorizou
publicidade de imóveis em cavaletes
nos fins de semana, anúncios em
mobiliário urbano, ônibus e táxis e
painéis de grandes dimensões.
Diante das carências da capital,
uma questão como essa bem pode
parecer meramente cosmética, mas
não é. A poluição visual é um dos diversos fatores de degradação da
inóspita paisagem paulistana. A proliferação de outdoors agigantados
certamente agrava o problema, acentuando a impressão de caos urbano.
Numa metrópole como São Paulo
-que já não é muito bonita por natureza-, seria desejável estabelecer
regras que fossem capazes de disciplinar e ordenar o uso do espaço público de modo a preservar seu patrimônio arquitetônico.
Texto Anterior: Editoriais: AVANÇAM OS PROCESSOS Próximo Texto: Editoriais: ESCOLHA CAUTELOSA Índice
|