|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O FIEL DA BALANÇA
O PMDB começou nesta terça-feira a movimentar-se dentro
do novo espaço político que lhe restou após as eleições. Fechou um
acordo com o PT visando à conquista
da presidência do Senado. Em troca
ofereceu apoio ao petista que for indicado para presidir a Câmara.
O partido dirigido por Michel Temer elegeu 74 deputados e 9 senadores. Fez a terceira maior bancada na
Câmara e manteve a liderança no Senado. Além disso, elegeu cinco governadores. Apoiou a candidatura de
José Serra à Presidência, mas a decisão não foi unânime: uma parte dos
peemedebistas seguiu com Luiz Inácio Lula da Silva, caso do senador José Sarney (AP) e do governador eleito
no Paraná, Roberto Requião.
Essa peculiaridade -de ser um
partido forte e, ao mesmo tempo, dividido- fez do PMDB a legenda decisiva para saber se o governo Lula
contará com uma base minimamente confortável no Congresso.
Entre os analistas políticos, há os
que julgam que o acordo parlamentar fechado entre peemedebistas e
petistas tenha sido apenas um primeiro passo do PMDB numa direção
que, no limite, levaria o partido a fazer parte do próprio governo Lula.
De fato, a cúpula peemedebista, por
ter apoiado Serra, sofre uma grande
pressão da ala "petista" da legenda.
A Temer, na tentativa de preservar o
poder de seu grupo político no
PMDB, pode não restar alternativa
que não seja a definição de uma
aliança de governo com o PT.
Tudo vai depender do saldo do poderio interno da atual cúpula peemedebista após as eleições, bem como
da disputa entre o poder de sedução
do Executivo federal e a proposta alternativa, de o PMDB juntar-se ao
PSDB na oposição, numa estratégia
de acumular forças para tentar reconquistar a Presidência no futuro.
Texto Anterior: Editoriais: A VITÓRIA DE BUSH Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: A frente externa Índice
|