São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O FIEL DA BALANÇA

O PMDB começou nesta terça-feira a movimentar-se dentro do novo espaço político que lhe restou após as eleições. Fechou um acordo com o PT visando à conquista da presidência do Senado. Em troca ofereceu apoio ao petista que for indicado para presidir a Câmara.
O partido dirigido por Michel Temer elegeu 74 deputados e 9 senadores. Fez a terceira maior bancada na Câmara e manteve a liderança no Senado. Além disso, elegeu cinco governadores. Apoiou a candidatura de José Serra à Presidência, mas a decisão não foi unânime: uma parte dos peemedebistas seguiu com Luiz Inácio Lula da Silva, caso do senador José Sarney (AP) e do governador eleito no Paraná, Roberto Requião.
Essa peculiaridade -de ser um partido forte e, ao mesmo tempo, dividido- fez do PMDB a legenda decisiva para saber se o governo Lula contará com uma base minimamente confortável no Congresso.
Entre os analistas políticos, há os que julgam que o acordo parlamentar fechado entre peemedebistas e petistas tenha sido apenas um primeiro passo do PMDB numa direção que, no limite, levaria o partido a fazer parte do próprio governo Lula. De fato, a cúpula peemedebista, por ter apoiado Serra, sofre uma grande pressão da ala "petista" da legenda. A Temer, na tentativa de preservar o poder de seu grupo político no PMDB, pode não restar alternativa que não seja a definição de uma aliança de governo com o PT.
Tudo vai depender do saldo do poderio interno da atual cúpula peemedebista após as eleições, bem como da disputa entre o poder de sedução do Executivo federal e a proposta alternativa, de o PMDB juntar-se ao PSDB na oposição, numa estratégia de acumular forças para tentar reconquistar a Presidência no futuro.


Texto Anterior: Editoriais: A VITÓRIA DE BUSH
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: A frente externa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.