São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Prefeitura
"Em relação à reportagem "Prefeitura não paga dívida de R$ 3 bilhões" (Cotidiano, pág. C5, 6/11), gostaria de esclarecer que seu título é impróprio, uma vez que a Prefeitura de São Paulo vem honrando religiosamente o pagamento de sua dívida com a União.
Desde janeiro de 2001, a prefeitura paga mensalmente cerca de R$ 90 milhões -ou cerca de R$ 1 bilhão por ano- à União. Como é sabido pela reportagem, não houve nenhuma alteração contratual ou atraso no pagamento que pudesse justificar o título. Para que não haja nenhuma dúvida, a Prefeitura de São Paulo optou, como prevê o contrato assinado por Celso Pitta no final de seu mandato, pelo pagamento da dívida sem amortização de 20%, o que era facultado ao município.
A consequência foi a extensão do prazo de amortização e de alteração nos juros. Vale lembrar que essa decisão já fora veiculada à imprensa em 2000, ainda na campanha da prefeita Marta Suplicy."
José Américo Dias, secretário de Comunicação e Informação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

 

"Não é verdade que, como prefeito de São Paulo, empurrei o desembolso de 20% da dívida para o meu sucessor, como afirma a reportagem "Prefeitura não paga dívida de R$ 3 bilhões", pois o próprio secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, afirma nesta data que o modelo adotado pela Prefeitura de São Paulo, a última a assinar o refinanciamento (maio de 2000), foi o mesmo seguido por 44 dos 183 municípios que repactuaram suas dívidas com a União e optaram pela possibilidade de fazer a amortização extraordinária ao longo dos 30 meses seguintes às assinaturas dos acordos.
Essa amortização era possível através da venda de ativos municipais e da negociação do direito de concessão de exploração dos serviços de água e esgoto da cidade, procedimentos que estavam em andamento ao término da minha gestão e que foram abandonados pela atual administração.
Note-se que, durante o meu governo, só paguei e não contraí nem um centavo sequer que se somasse à dívida herdada de administrações anteriores -inclusive a do período Erundina (PT), responsável por quase 50% das emissões de títulos para pagamento de precatórios.
Além disso, ao contrário de meus antecessores, entreguei à minha sucessora um superávit orçamentário de R$ 1,2 bilhão, complementando um trabalho de saneamento das finanças municipais que hoje beneficia a atual administração."
Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Em dezembro de 1999, quando Pitta fechou a renegociação da dívida com a União, disse que pretendia pagar a amortização de 20% (na época, correspondente a cerca de R$ 2 bilhões) com a concessão dos serviços de água e esgoto da cidade e com a privatização do estádio do Pacaembu, da Anhembi Turismo e do autódromo de Interlagos. Nada disso aconteceu, e o pagamento ficou para a gestão seguinte. Sobre as renegociações de outros municípios, veja a seção "Erramos".


Sindicatos
"Gostaria de informar que, segundo mostra a Pesquisa Sindical 2001, divulgada em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de sindicatos de trabalhadores passou de 7.612 sindicatos em 1991 para 11.354 em 2001.
Esse censo sindical indica que a CUT congrega o maior número de sindicatos e também o maior número de sindicatos de médio e grande porte. São filiados a alguma central sindical 4.303 sindicatos, dos quais 2.838 são filiados à CUT. Ou seja, 66%.
Destes, 28% representam o setor público e a grande maioria é de sindicatos da iniciativa privada (bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros, urbanitários, trabalhadores rurais, da alimentação, da educação, do comércio).
Com esses dados, queremos corrigir a informação prestada pelo sociólogo José de Souza Martins ("Lula reaviva sebastianismo, diz sociólogo", Brasil, pág. A13, 3/11) de que na CUT funcionalismo público é maioria."
João Antonio Felicio, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (São Paulo, SP)


Salários dos deputados
"A moralidade de um ato está determinada quando esse ato favorece o bem-estar das pessoas. O aumento de salário para deputados, proposto pelo deputado Severino Cavalcanti, é uma proposta duplamente escandalosa e imoral.
O deputado é reconhecido pelo mau uso de argumentos morais da Igreja Católica para dificultar projetos de leis que possam favorecer o bem-estar das mulheres, especialmente os projetos relacionados aos direitos sexuais e reprodutivos.
O deputado, chamando-se de representante de uma igreja que é conhecida pela sua luta em favor da justiça social, não a representa quando propõe o aumento do seu já exagerado salário para R$ 17.125.
É difícil acreditar que a fé desse deputado seja a mesma daqueles que, pertencentes à mesma igreja, fizeram e mantêm a opção pelos pobres."
Yury Puello (São Paulo, SP)

 

"No momento em que o novo presidente e toda a sociedade estão mobilizando-se para arrumar dinheiro para um programa que visa a garantir comida aos brasileiros que não têm o que comer, um grupo de deputados irresponsáveis trabalha para ter seus salários dobrados.
Esse aumento seria um desrespeito ao povo brasileiro."
Marco Antonio Martignoni (São Paulo, SP)


Rodoanel
"Em relação à reportagem "Sob pressão ambiental, Rodoanel é adiado" (Cotidiano, pág. C1, 6/11), gostaria de parabenizar o governador e os representantes da Sabesp e da Dersa.
A serra da Cantareira representa um dos maiores recursos hídricos do Estado e já é possível verificar a ocupação desgovernada do solo na região com a notícia do Rodoanel. Não faltaram alertas no passado para o desastre na Billings e na Guarapiranga. Não faltam agora alertas para a Cantareira.
Tenho certeza de que os responsáveis não gostarão de ser lembrados como "exterminadores do futuro"."
Denize de Oliveira Branco (São Paulo, SP)


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