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DÉFICIT AMERICANO
A proposta orçamentária apresentada pelo presidente dos
EUA, George W. Bush, prevê déficits
fiscais acima de US$ 300 bilhões em
2003 e 2004, em torno de 3% do PIB.
Essas projeções de déficits não incluem os custos de uma possível
guerra contra o Iraque, estimados
em US$ 61 bilhões, mas tratados em
orçamento complementar.
O Orçamento proposto expande os
gastos militares e com segurança interna. Um claro reflexo dos atentados terroristas de 11 de setembro e o
receio de novos ataques em território
americano, diante da ameaça de ação
militar no Oriente Médio. Além disso, solicita ao Congresso, de maioria
republicana, o corte de gastos em habitação, saúde pública, desenvolvimento urbano e meio ambiente. Trata-se, portanto, de uma proposta orçamentária bastante republicana: aumento de gastos militares e redução
de gastos sociais.
Felizmente, a proposta desencadeia longos debates políticos no
Congresso. Democratas e republicanos moderados já sinalizaram que
várias iniciativas do governo teriam
poucas chances de aprovação em sua
forma original. Particularmente
aquelas que cortam impostos sobre
os dividendos das corporações e reformam o sistema de assistência médica aos idosos.
O governo parece empenhado em
combater o terrorismo e estimular a
economia. Contudo o aumento nos
gastos públicos proposto pode não
gerar crescimento, além de deteriorar os mecanismos de assistência social do país. A redução de impostos
sobre dividendos, se aprovada, terá
efeito marginal sobre os negócios.
Mas a situação financeira dos Estados pode se agravar, dado que os reforços na segurança interna deverão
recair sobre os cofres estaduais. Nessas circunstâncias, os governadores
poderão elevar os impostos, uma
medida claramente recessiva.
Ademais o presidente Bush parece
ignorar os efeitos deletérios da guerra: alta persistente do petróleo, queda renitente das cotações das Bolsas
de Valores; abalo na confiança dos
consumidores e das corporações.
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