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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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PLANOS NADA SAUDÁVEIS

É preocupante a notícia de que pelo menos 30% dos planos de saúde do Brasil enfrentam dificuldades financeiras. A saúde privada é um setor evidentemente vital para o país e que já fatura R$ 26,4 bilhões por ano, prestando serviços a 34,5 milhões de usuários. Trata-se, portanto, de uma área que merece toda a atenção das autoridades.
Como muitas empresas brasileiras, as administradoras de planos de saúde sentiram os efeitos da desvalorização cambial. Boa parte dos equipamentos e insumos hospitalares são cotados em dólar. A legislação recentemente adotada para o setor, ao fixar os direitos básicos dos consumidores, também pressionou os custos de algumas operadoras. Outra dificuldade da área -e esta em nível internacional- diz respeito aos custos cada vez maiores das novas tecnologias médicas.
Apesar disso tudo, a maior parte das empresas está em equilíbrio ou operando com algum lucro. É um indício de que existem problemas de gestão em algumas companhias. Essa suposição é reforçada pela constatação de que a maioria das empresas que estão com patrimônio líquido negativo acumula dívidas fiscais.
Especialistas afirmam que o setor terá de passar por uma profunda reestruturação. Falam em fusões e aquisições para que as empresas possam ganhar escala.
O fato, incontestável, é que o mercado de planos de saúde ganhou enorme relevância nos últimos anos. Cerca de 20% da população brasileira já é atendida por uma operadora de saúde privada. Seus interesses precisam ser preservados. A melhor forma de fazê-lo é regulando o setor e fiscalizando de perto as empresas que atuam na área. O modelo deve ser semelhante àquele pelo qual o BC acompanha os bancos. É preciso a todo custo evitar que a má gestão possa comprometer o que 34,5 milhões de brasileiros têm que lhes é o mais precioso dos bens, a saúde.


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