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PLANOS NADA SAUDÁVEIS
É preocupante a notícia de
que pelo menos 30% dos planos de saúde do Brasil enfrentam dificuldades financeiras. A saúde privada é um setor evidentemente vital
para o país e que já fatura R$ 26,4 bilhões por ano, prestando serviços a
34,5 milhões de usuários. Trata-se,
portanto, de uma área que merece toda a atenção das autoridades.
Como muitas empresas brasileiras, as administradoras de planos de
saúde sentiram os efeitos da desvalorização cambial. Boa parte dos equipamentos e insumos hospitalares
são cotados em dólar. A legislação
recentemente adotada para o setor,
ao fixar os direitos básicos dos consumidores, também pressionou os
custos de algumas operadoras. Outra dificuldade da área -e esta em
nível internacional- diz respeito
aos custos cada vez maiores das novas tecnologias médicas.
Apesar disso tudo, a maior parte
das empresas está em equilíbrio ou
operando com algum lucro. É um indício de que existem problemas de
gestão em algumas companhias. Essa suposição é reforçada pela constatação de que a maioria das empresas
que estão com patrimônio líquido
negativo acumula dívidas fiscais.
Especialistas afirmam que o setor
terá de passar por uma profunda
reestruturação. Falam em fusões e
aquisições para que as empresas
possam ganhar escala.
O fato, incontestável, é que o mercado de planos de saúde ganhou
enorme relevância nos últimos anos.
Cerca de 20% da população brasileira já é atendida por uma operadora
de saúde privada. Seus interesses
precisam ser preservados. A melhor
forma de fazê-lo é regulando o setor
e fiscalizando de perto as empresas
que atuam na área. O modelo deve
ser semelhante àquele pelo qual o BC
acompanha os bancos. É preciso a
todo custo evitar que a má gestão
possa comprometer o que 34,5 milhões de brasileiros têm que lhes é o
mais precioso dos bens, a saúde.
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